quarta-feira, 17 de junho de 2009

Slaughterhouse - O grupo mais talentoso da história do Rap Americano









Slaughterhouse - A industria tá em crise, essa historia do liricismo e ser MC é dos anos 90, agora a solução passa por ser um ring tone rapper/toques de telemóveis, vender 500,000 unidades e ir pra reforma, ou andar a simular ser cantor de borracha e musico de brinquedo com a paranónia que mais tem definido a segunda metade da decada de 2000 no rap: o uso dos sintetizadores e da máquina que corrige notas ao criar uma sonoridade metálica e robótica, o auto-tune.

Face a essas adversidades o Joe Budden fez um estudo do underground e decidiu recrutar os melhores rappers a cuspir pra criar um super grupo então Crooked I, Joell Ortiz, Joe Budden e Royce da 5´9 decidiram somar as forças e juntos vão pelo nome de Slaughterhouse. Um super grupo, de super Rappers, super liricos, super esfomeados pra partir beats e vingarem-se desta vez no underground e na internet, da industria que os excumungou e que insiste em não deixar o talento triunfar.
A tactica é simples os melhores beats que têm surgido e se tornam hits, eles agarram esticam o beat tiram o refrão e cospem geralmente entre 60 e 100 barras melhor que o Artista que fez a musica. A maior vitima tem sido o jay-z, "brooklyn we go hard" e o "death of auto-tune" foram ambos esmagados pelo Royce e pelo Crooked, de uma forma que quase envergonha o jigga -

http://2dopeboyz.okayplayer.com/2009/06/17/royce-da-59-doa-redemption/

Se estivessemos nos anos 90 a excitação derivada da união destes mcs seria digna de uma peregrinação a Meca por toda a comunidade do hiphop. Mas o ano é 2009, onde já não há espaço pra liricistas no mainstream e as vendas pelas razões tecnologicas e da banalização passaram da obesidade à anorexia.

Ainda assim há motivos pra felicidade porque temos em mão aquele que é em teoria, o grupo com mais talento em toda história do hiphop. Todos eles a solo, são outcasts e fracassos da industria mainstream então decidiram fazer a festa da redenção como os Reis do Underground, a editora (Koch) nem interessa porque são os chefes da internet, com mais downloads (mixtapes, mp3s, video-concertos, entrevistas, freestyles etc...) que qualquer MC, underground ou mainstream e para variar, o buzz deles vem com toda a legitimidade, substância e proposito.

Um pouco do Historial daquele que é facilmente, o colectivo mais dope de todos os tempos:

Royce da 5´9 - O Eminem negro, não dá pra falar de royce sem falar de Eminem. Ele e o slim shady cresceram a rimar juntos em Detroit e fizeram um par de tracks de livre estilo classicas - Bad meets evil e Scary movie. Estilo de track tipico do indie dos dourados anos 90, rimas duplas e livre estilo, a decada mais doente do rap.
Já nessa altura se dizia que o Royce era o unico nigga capaz de varrer o Eminem numa track, havia certamente outros mas essa competitividade amistosa que Royce e Em partilhavam era bonita de se ver.
O talento de ambos para o estilismo, construção de frase e word play é igual, não é justo dizer que um é melhor que outro, a escola e o talento bussal bronzeou-os da mesma forma.

A diferença entre ambos esta no facto de Royce ser apenas um dos melhores rappers de sempre, com metricas e jogos estilisticos interminaveis, sem nunca se preocupar muito em fazer temas ou transcender o papel de gun talker e o hood gambino assim como uma clara dificuldade em construir musicas. O Eminem por outro lado é um criativo, um artista, criou heteronimos, um gimmick e em vez de ser um seguidista dos tempos como o Royce, foi original ao abordar temas biográficos e narrativas que exploram o mundo das drogas, obscuridade e todos os tipos de violencia: doméstica, infantil, académica e todas as outras possiveis e imaginárias assim como o mundo da paranóia sempre com um equilibrio genial entre a ficção e a realidade, diambulando entre o drama e a comédia fazendo-nos rir e chorar a cada album classico.
O Royce da mesmo pena, porque toda gente sabe que ele a nivel de cuspir rimas não deve nada ao Shady. O Eminem puxou-o pro mainstream, mas o album foi flop, porque Royce foi tentar "bater" com hits ao invés de se focar naquilo que sabe fazer melhor. Continuou carreira no underground com altos e baixos, e graças ao dj premier (boom) e ao classico indie "death is certain" redimiu-se e solidificou-se como um dos maiores estilistas, discutivelmente o maior estilista de todos os tempos, mas o que é certo é que vai pro hall of fame como um dos maiores rappers a partir beats e se calhar o mais dotado a alguma vez partir um beat do Preemo.
Tras musculo a slaughter, ta menos estilista, ta mais preocupado com temas e cospe com menos flow e mais impacto lirico é sempre excitante acompanhar a carreira do royce. Uma lenda.

Crooked I - O percurso do Crooked é muito especial e é esse percurso que faz dele um dos maiores livre estilistas da estória do Rap Americano. Nem é ousado dizer que, Crooked I é o maior livre estilista de todos os tempos do rap. Enquanto que Royce é o campeão das metricas, crooked é o campeão das metricas e do impacto da west coast. O percurso é estupendo.
cuspiu versos com os maiores liricistas da decada de 90, ou seja, os melhores de sempre, frequentava os circulos dos gangsta rappers, a ponto de ter sido um dos meninos bonitos da Death Row, só que a produção do album coincidiu com o inicio dos problemas do Suge Knight, que era então o CEO da DR, maior editora da west coast na altura.
Ao mesmo tempo que andava nos calcanhares dos snoops e 2pacs, girava os cyphers do underground com os niggaz do wake up show: canibus, ras kass, eyedea, chino xl etc... então bebeu de ambas as fontes, a arte de fazer musicas e de ser MC. A diferença entre o Crooked I e todos as lendas de livre estilo que mencionei Canibus, Chino, Eyedea e Ras é que para além de ter uma profundidade de recursos estilisticos semelhante (metaforas, comparações, ironia etc...)
tem uma versatilidade de flow que jamais se viu nos outros mc´s. O Canibus, Ras e Chino fatigam porque apesar de brilhantismo lirico sem paralelo, tornaram-se chatos com vozes monocordicas e entregas unidimensionais. O Crooked tem o mesmo impacto lirico mas aborda os beats com flows de todos os ângulos e mais acrobáticos que o circo chen. Outro fenómeno, outro fracassado que poderia ter sido um Eminem ou um Snoop. Se compararmos o talento do Snoop com o de Crooked, até dá pena, mas a realidade é que Crooked é um mc de mc´s, um rapper que os rappers curtem tal como Royce. A carreira dele tá a atingir o pico agora, desde que lançou a serie classica: "hiphop weeklys" em que partiu um beat todas as semanas durante ano e meio. Essa serie ressuscitou-lhe a carreira e definiu-o como um dos maiores Mcs de todos os tempos - são cerca de 55 musicas e nelas estão todo o tipo de flow que se possa imaginar e um liricismo digno de qualquer rapper a alguma x cuspir no wake up show. Um dos melhores e mais inspiradores projectos de musica que alguma vez ouvi na minha vida.

O crooked é um MC que deve ter sido raptado por aliens quando era miudo porque não há palavras pra descrever o que ele consegue fazer em cima dos beats.


Joell Ortiz -O destino do hiphop tem sido repetitivo em abençoar os bagudas e obesos como Deuses da rima, tivemos o Big Pun, o Biggie e agora temos o Ortiz, o fenómeno das rimas de brooklyn. O Ortiz é a reencarnação do biggie mas é um computador mais avançado, derivado dos tempos modernos, o processador é mais rápido e a memória é mais robusta. Ele é no fundo o mais azarado dos integrantes da slaughterhouse, enquanto todos tiveram oportunidade de lançar um disco no mainstream ele não teve, veio na era errada. O Ortiz nasceu em 1980, e foi resgatado pelo Dr. Dre mais ou menos na idade que o Eminem foi, assinou um contrato com a aftermath e tudo parecia estar encaminhado, até ter sido instruido em 08 pela interscope que só poderia lancar o debut album no mainstream, depois do Relapse do Eminem (na altura nem tinha data de saída ou titulo) do ultimo album da carreira do 50 e do Detox que está pra sair a quase 10 anos. A solução era habilitar-se a esperar 10 anos ou sair e fazer carreira indie. Escolheu bem, em abril de 08 rescindiu o contrato, desde então lançou um dos albums mais solidos de 07/08 "The Brick: Bodega Chronicle", ta no super grupo e lançou este ano a mixtape classica - "Joell Ortiz covers the classics" onde faz covers de classicos do hiphop. O Ortiz contrariamente aos restantes membros do grupo, não perde muito tempo a fazer livre estilismo é mesmo a simbiose entre o Pun e o Biggie, preocupa-se em fazer temas, usa bué recursos estilisticos e no entanto é bué transparente. Escreve temas biograficos de fazer chorar e simultaneamente da dicas mais cómicas que um stand up. É a par do Papoose o rapper de nova iorque da nova escola mais dotado e que mais merece tar no top do game. Ele é mesmo fenomenal a cuspir.

Um par de classicos do nigga:

125 grams part 4 - Resumo da vida dele. Um dos melhores sons biograficos que alguma vez ouvi.



125 grams



Joe Budden - Budden e a personificao do "average rapper". Tem algumas frases engracadas, uns temas giros, mas no topo das suas capacidades, mesmo nos dias em que mais transpira, fica sempre aquem do arsenal dos seus parceiros.



Escolha de beats mediocre/media, flow average, rimas average, temas average e quando e mais aventureiro e criativo nos temas parece que tem mais olhos que barriga, como no primeiro single do seu ultimo esforco: "padded room" 09 - in my sleep:





Narrativa engracada, mas confusa e sobretudo, sem proposito. A historia acaba como comeca sem principio meio ou fim. Budden e um rapper giro, mas limitado, particularmente insipido quando cospe com a Slaughter. O que o Budden tras a mesa nao e artistico, mas estrategico, ele e um genio de marketing. Depois de ser despedido algo injustamente da Def Jam, geriu os beefs e os timings de resposta de forma extraordinaria, criou a sua editora digital, em que nada tem formato fisico - amalgalmdigital.com , a joebuddentv.com, onde lanca todos os seus albums e projectos de forma independente e quase sem custos. Conseguiu a partir desses mediums estabelecer-se e manter a chama acesa no rap, namora com a tahiry, uma video/pin up girl com um booty que excita a comunidade do rap como as mamas da pamela excitavam as massas na era do Baywatch. Budden e uma licao a muitos rappers que ainda andam ai a sonhar, a prostituirem-se e a formatarem-se pra chamar atencao das majors. A ideia Slaughterhouse e dele...se isso nao e marketing genial, nao sei o que deve ser.

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Slaughterhouse o album



O album saiu dia 11 de Outubro - e vendeu 18,000 copias na primeira semana, o que nao sendo catastrofico tambem nao chega a ser bom. Uma coisa e certa, eles foram Reis da internet no periodo que culminou ate ao lancamento do album, mas internet fans nao compram albums fazem downloads, isso deve ter afectado imenso as vendas.
Quanto ao album, ta um album mediano. A quimica ta la de vez em quando mas tem lacunas fundamentais, falta rumo, slaughterhouse tem de tomar uma decisao, que e se querem usar a crew pra catapultar as suas respectivas carreiras a solo, ou se querem estabelecer-se como a WU da nova era geracao, ao ouvir este album parece que optaram pela primeira.
O album nao ta raw nem pop, ta ali num ponto intermedio, que nao agrada gregos e troianos. Se ha coisa que detesto no rap sao essas formatacoes, o jay-z faz albums de massas o R.A. the rugged man, o Technique e os Little Brother por exemplo fazem albums de culto, props ha uma coerencia nisso, agora fazer um album whateva sem publico alvo e quanto a mim um erro atroz e uma das maiores decepcoes do ano. Este album foi uma derrota pro hiphop. Formatado, todos rimam em todas as musicas, temas banais, rimas banais, (atencao que digo isto em relacao ao nivel destes rappers) beats banais, resultou num album banal que nos vai cair na amnesia antes do ano acabar.

Futuro...
So ha uma forma de slaughter bater num futuro proximo, e isso vai pela trajectoria que fez com que se unissem em primeiro lugar - fazer musicas de 6 min se for preciso 8 minutos ao estilo do seu classico de rua - move on, criar uma sonoridade ter um Rza um Preemo, um Madlib um Kanye ou um Q-tip, se isso nao for possivel, ao menos que escolham beats fora da norma, tem acesso a dezenas de productores desde o 9th wonder ao oh no! nao terem usado esses recursos embasbaca-me. Ficaram-se pelo fardo, beats do alquemist average etc...O dj khalil foi uma boa escolha, e dos niggaz mais fresh que anda ai, e o sample do lenny kravitz no "one" deu-lhes um momento e carisma muito proprio, deviam ter contratado o khalil pra produzir a cena toda talvez. O Drake, por exemplo nao tem o buzz que tem este ano apenas porque e bom a rimar e a fazer sinergia com o r&b e pop, mas porque tem um produtor exclusivo, que lhe da essa visibilade sonica que nao da pra fazer paralelo. O hiphop so vai poder voltar a ter mistica quando deixar de ser tao diluido e igual, parece que eles moram todos na mesma casa e isso ja fatiga.
A crew da Slaughterhouse tem de voltar a ouvir Wu Tang, que sao uma especie de pink floyd do rap, eternas lendas, porque tal como os floyd aprecerberam-se que a individualidade sonora e a nao formatacao tem muito mais relevo e longevidade que a "moda". Manos tem de cuspir sem pensar em formato playlist, sem pensar em vendas, radio, fama e "se a musica vai bater quanto tiverem em palco", tem de cagar em refroes, especialmente esses refroes burros como o do cuckoo e esses interludios sem graca. Errar e humano mas cometer o mesmo erro sistematicamente e burrice.

Este album foi a desilucao do ano, nos moldes do super grupo HORSEMEN - Kurupt, Ras kass, Canibus e Killah Priest a uns anos atras, nao sendo um mau album, esta longe de ser bom, a diferenca entre os HRSM, e que isto nao e um side project, e pra continuar, por isso a ver vamos...o talento esta la, falta acertar na estrategia..
Salvamarte

sábado, 13 de junho de 2009

Documentário sobre Sam the Kid: Dicas no vinil


Dicas no vinil













O Sam é um case study. A sociedade condiciona-nos e a pressão colectiva geralmente é autoritária ao influenciar o que devemos fazer, como fazer, como devemos viver e quais os critérios que nos validam.

O Sam fez a rota dele sem manual e seguidismo e parece ter um escudo sobre ele, que o torna imune aos "quereres" e "precisares" das pessoas banais, porque optou viver religiosamente em prole do ideal de perseguir melodias e batidas. E esse mesmo ideal moldou a sua filosofia de vida, tornando-o numa das pessoas mais originais e autênticas que alguma vez conheci: Quando a maioria das pessoas se vai deitar é nessa altura que o Sam pica o ponto, calça as luvas operárias e vai trabalhar na caixa de ritmos, é à noite que ele cria. Diz-me que não lê e não tem hábitos literários mas é mentira, não conheço pessoa que tenha lido mais revistas de hiphop, sources, elementals etc...Ele tinha um caixote à porta de casa com centenas de revistas, uma autêntica biblioteca de hiphop, também já o apanhei a ler a ocasional revista "cor de rosa" que a Mãe dele tem o hábito de comprar. Não tem, nem está muito preocupado em ter carta de condução. Raramente sai, um autêntico eremita com hábitos isolados e solitários. Não tem internet e sabe tudo que se passa antes de todos os outros. Mas isso tudo são pormenores até passares algumas horas com ele, porque é aí que te apercebes, tal como o NBC disse no documentário, que essa filosofia de vida, essa forma de viver ao contrário da sociedade em nome da musica, vem...sem esforço. Naturalmente. Muitos esforçam-se pra ser artistas, o Sam é artista visceralmente e quem tá de fora acha que essa noção parte do seu génio para a criação de instrumentais. Mas isso é apenas uma fatia do bolo, a obcessão em filmar coisas memoráveis, a atenção para o detalhe, as dicas com se sai em determinadas conversas, os seus interesses e desejos íntimos, a forma como cospe as rimas, a sua postura e personalidade fazem dele um Artista. Sam é realizador, crate digger noctívago, produtor, Mc mas a soma de todas as partes cria uma dica mesmo especial.

Todos os amigos dos Sam têm um "momento clássico do sam" pra contar, quer isso derive da música ou da forma peculiar como vive e das peripécias de que dái advêm.
O meu veio quando cuspimos juntos em 07 na faixa "tributo". Tinha um exame saí da faculdade já atrasado e quando cheguei à casa do xeg ao rendez-vous, o Bob já tinha cuspido o verso dele assim como o Sam. E só soube que tinha perdido uma coisa especial quando o Sam decidiu que a voz dele não tava fixe e tinha de regravar. No dia da re-gravação do verso experiênciei uma cena que mudou o meu percurso de Mcing pra sempre. A intensidade com que ele regurgitava as palavras, as dobras, a energia que ele impria e as caretas que acompanhavam cada silaba foi uma dica que nunca tinha visto. Depois disso abriu-se uma nova porta pra mim que eu nem sequer imaginava que havia em termos de execução de rap. Eu sempre fui fã de passar emoção nas tracks, o Eminem sempre me excitou bué a nivel de interpretação e ver o Sam a fazer aquilo foi mágico. Daí a concluir que o Sam não é apenas um produtor genial mas um dos rappers mais dotados também, e essa combinação é fenomenal.

No outro dia ouvia o kweli a ser entrevistado e ele estava a descrever como o J.dilla criava, descreveu episódios da sua obcessão musical, processo e carinho na confeição dos beats, e eu pensei pra mim próprio "damn é que como se ele estivesse a falar do sam". Impressionante.



Salvamarte

domingo, 7 de junho de 2009

Brasil e a arte da comunicação: Luís Carlos Prates




Morei 3 anos no Brasil e pude nesse periodo testemunhar o profundo talento que eles têm para a comunicação. Esse talento transpira sobretudo na comunicação social. Não há paralelo em toda lusofonia, só se pode comparar esta eficácia, dramatismo jornalistico e até mesmo produções fictícias (quem nunca viu uma novela brasileira?) com os Estados Unidos, que inventaram a televisão e os tablóides como nós os conhecemos.

Desde aos reality Shows fast food(big brother, aquele outro em que convidam uma vagabunda a seduzir o marido/mulher) aos programas jornalisticos (Fanstástico etc...) ; revistas de publico alvo adolescente, tablóides triviais espécie caras, às produções fictícias: novelas, documentários e sitcoms a intensidade dramática, profissionalismo, entretenimento e impacto dramático é devastador.

Apresentadores estilo Dimingão do Faustão lol, radialistas, comentadores de futebol, artistas, são muitos deles gigantes da comunicação.

Hoje sabemos que devido aos estudos de Albert Mehrabian que: 55% da comunicação é não verbal, ou seja corporal, sendo a restante partilhada entre a fala e entoação/forma como se cospem as dicas.

Os Brasileiros, esterotípicamente, parece que tiraram um mestrado nessas àreas comunicativas: fala, gestos e entoação. Até nas lojas, cadeias alimentares e transnacionais sente-se isso (peço desculpa pela estereotipia mas esta noção é quase senso-comunal) e se tiver de ser alguma coisa, aconchega-se mais a um elogio do que qualquer outra coisa.

Eu sou bué fã desse dom.

O dificil é determinar o porquê e de onde vem esse toque de midas comunicativo.

O Brasil é um país que deambula entre o primeiro mundismo e o terceiro mundismo, sólido ali, entre uma coisa e outra. Já tiveram de tudo a nível governamental, totalitarismo, socialismo e continuam no braço de ferro típico dos países que têm bué de recursos: entre deixarem-se violar pelo G8 e respectivas ordens mundiais económicas (banco mundial/Fmi etc...) e desenvolverem as suas próprias empresas com o apoio do governo para competirem no mercado internacional. Eles chamam essa dica de protecionismo, que deriva da teoria da protecção endógena, que visa aliar o governo e os empresários num esforço conjunto para elevar o Brasil a outros patamares económicos e socias, isto com as suas próprias empresas e recursos, tendo como parceiros os outros colossos da America Latina(Merco-sul).
Em teoria com tanta cultura, recursos e potêncial turistico o Brasil deveria ser uma das maiores potências Mundiais. Mas é precisamente nesse departamento que o Brasil mergulha de cabeça no terceiro mundismo, as parcerias entre o estado e os empresários, as empresas nacionais que deveriam catapultar o Brasil para o cimo, os impostos, educação, instituições, tudo que é de cariz publico e até privado em grande escala é vitima de perversão política e corrupção. Mas uma corrupção tão troglodita, que envorgonha até a grande maioria dos países Africanos. Niggaz não sabem mesmo cooperar, organizarem-se e dividir, o que dá mesmo pena é que há tanto potêncial e na mesma medida tanta fome, negligência e desigualdade.

Daí o meu espanto no que toca ao génio em expressarem-se. A Lusofonia tá a anos luz desses manos, assim como a maioria dos Países que visitei. Sou fã de bué apresentadores, artistas, radialistas e jornalistas. Luís Carlos Prates é um Kota pelo qual conservo muito respeito, um entre muitos no Brasil que personifica a arte de comunicar, reparem nos gestos, na colocação de voz, nos maneirismos, parece que teve aulas de retórica na Grécia Antiga. Impressionante:




O Marcelo Rebelo de Sousa é foda, intelectual pesadíssimo, provavelmente mais dope em conhecimento e também mais dotado cognitivamente que Prates, mas duvido que possa competir com a eficácia comunicativa dele. Seria engraçado vê-los num debate. Estilo filme Frost/Nixon(Ron Howard 2008) com cobertura nacional e aparato mediático.

Deixo-vos também com o video do Homem a comentar sobre o sistema educativo Brasileiro e as Pós Graduações:



Implacável! sintam a intensidade, as acelerações, mudanças de entoação e os gestos. Este mano é MC!

e o Preservativo:



Mochileiro de chapéu virado! ;) - Se calhar moralista demais pro meu gosto apesar de concordar com tudo, mas não se trata do discurso, trata-se da forma como ele veicula a mensagem

Léxico: Brasil país de grandes comunicadores/arte da comunicação/Economia Brasleira/Luís Carlos Prates



Nas - Illmatic - faixa 7 pra vocês - One love

Salvamarte




--..--
Luis Carlos Prates, devia ser, Luis Carlos Parte. Mano é dope!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Lauryn Hill - O aniversário da Diva



No site de uma amiga jornalista: www.soulculture.co.uk (grande site passem lá) gerou-se no ANIVERSÁRIO DA LAURYN HILL, um debate interessante sobre, porque é que ainda não houve nenhuma artista feminina na musica negra a ter o impacto que ela teve?

assim como

Porque é que o Miseducation of Lauryn Hill é um dos melhores albums de sempre?
Como fã, cheguei a esta conclusão -
(desculpem estar em inglês)


Lauryn hill´s miseducation is a classic:

1. It´s the first female Singer/rapper album to see the light of day in a major label/mainstream scene

2. Classic production - eclectic as a rainbow but still homogenous, in a sense that no matter what pop, reggae, soul, doo wop feel the track had it always had irrefutable hiphop flavour, whether the appeal came from boom bap beats or beat boxing or groove. One of the best albums ever produced in the genre, arguably only "back to black" can match it and took how many years? moving on

3. Lauryn Hill is a genius. Why? There are many reasons. the first is consensual, she has one of the most amazing natural voices ever. It´s effortless, like nina simone you can see or i mean, feel it´s not forced, it´s visceral, pure, it´s something only a few are born with, and can´t be taught, it´s not falsetto or whatever techincalities are used. I love Maxwell and D´Angelo these men are geniuses, but they´re professional singers who have learned to instrumentalize and adapt their voices through technique. Lauryn is a different case. I can parallel it to Amy Winehouse, it´s theirs, one in a million, but to compare Lauryn to Amy no matter how much talent the crackhead musters, is blasphemy.

4. Lauryn is still the Best there ever was out of the soul/hiphop/r&b genre, will probably continue to be for many years and has already secured legendary status. and I´m a fan, a stan and cult follower because Lauryn, transcends race and sex she is androgynous and one of the most complete artists do ever do music:
Her voice is robust, masculin, powerful and yet, frail, pure, and profound which are female traits. This duality is felt, not only in her vocal chords, but in her delivery, melody and thoughts. She was a better rapper than wyclef and Pras, lol, it´s not everyday that we see a female become hegemonic in the male and often mysoginistic world of rap, matter of fact it was unprecedented, and still is.

5. Lyricism - The Evaluation between Lyrics of singer/songwriters can´t be the same as the analysis of Rap lyricists it´s a different world. The impact and relevance words play in rap are much more than in the "conventional music" realm. Thing with Lauryn, is that she was phenomenal at both (singer/songwriting - rap). There has never until now, male or female, a more competent singer/rhyme slinger. Damn I don´t even know if in the "singer" category if there has been a better female singer, no disrespect to India Arie, Jill Scott, Mary and Badu. I don´t think so. And in the rap department as I said the rules are different and the females spitting are rare, unfortunately, due to male set rules and clichés that are fascists in the game. For a female rapper to get a major label deal has to be a sex symbol or advocate for dance music. But that´s no excuse, no matter the lower competition in number, the cadences, profound themes(political, espiritual/holistic, love even philosophical subject matter on the unplugged) plus the stylistic prowess of Miss Hill is unmatched. The only female MC to have dropped albums that is a better MC than Hill, and I´m talking about MCing not ability to make better records or singer, is Jean Grae.

6. The Image/Style - What Hill represented to the black community. She was the only black female sex symbol/intellectual. Up until today she´s still the most iconic and for the larger audiences the only one there ever was. I´m not talking about the mulato, mixed and light skinned black women - Badu, Jill Scott, Alicia Keys, Beyoncé, Mariah etc...These women are black, yes, but not like Hill. There are millions of black kids like Hill that want and prey for representation in the world of hollywood, flash&camera and the music industry, but unfortunately in fascist media, white,light skinned women are the standard...But our Rasta was so incredibly beautiful and unique that even in this department she broke the barriers.

7. It was a conceptual album, an eclectic universal sound but with the typical hiphop song index. That is the interludes and organization of songs typical in hiphop. Never before had anyone tampered with that idea.

That´s what makes "the miseducation of lauryn Hill" a classic and Lauryn Hill a legend.


léxico: aniversário da Lauryn Hill, Miseducation of Lauryn Hill, Lenda

Deixo-vos aqui o poema "motives and thoughts" no programa classico, def poetry Jam:



assim como:



e...

a Lauryn com 13, só pra provar, que é preciso nascer com isto: