Lenine, pai da revolução comunista russa, foi um dos maiores pensadores do sec. 20.
Este ano marca o centário da obra «Materialismo e Empiriocriticismo» publicada em Maio de 1909,
e hoje mantém-se tão relevante como ontem.
Temos de dar props a quem teve cá ontem para percebermos o amanhã.
A dica mais phat deste livro pra mim ta na sua função contra teses obscurantistas -
O Obscurantismo é um hábito de ocultar factos que possam denunciar ou contraditar actos, opiniões, argumentos e afirmações de certos grupos que se arvoram donos da verdade.
O obscurantismo é uma atitude política, religião ou doutrina que se opõe a difusão dos conhecimentos científicos entre as classes populares.
Obscurantismo, é também um estado de espírito oposto à razão e ao progresso intelectual e material; um desejo de não instrução, um estado de completa ignorância; doutrina contrária ao progresso.
Lénine, nesta obra, analisa portanto esta pretensa «crise da ciência» ou «crise da física moderna».De uma forma aprofundada, Lénine defende, na sua obra, que:
1.º - Há coisas que existem independentemente da nossa consciência, independentemente das nossas sensações, fora de nós.
2.º - Não existe e não pode existir diferença alguma de princípio entre o fenómeno e a coisa em si. A única diferença efectiva é a que existe entre o que é conhecido e o que ainda não é.
3.º - Sobre a teoria do conhecimento, como em todos os outros campos da ciência, deve-se raciocinar sempre dialecticamente, isto é, nunca supor invariável e já feito o nosso conhecimento, mas analisar o processo pelo qual o conhecimento nasce da ignorância ou graças ao qual o conhecimento vago e incompleto se torna conhecimento mais adequado.
Embora escrito há mais de cem anos, este texto mantém uma extraordinária actualidade, não obstante os avanços no conhecimento científico no campo da Física terem rectificado alguns dos seus postulados.
Numa altura em que, novamente, perante as dificuldades de interpretação dos novos conhecimentos científicos, proliferam concepções obscurantistas, é de todo o interesse debater,
a validade do conhecimento pelo homem dos fenómenos naturais.
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Vivemos num mundo de progresso inédito, a informação gira o globo a velocidades vertiginosas pelo avanço cientifico que amassamos, no entanto o fosso entre os ricos e os pobres nunca foi tão abismal.
Os politicos na maioria dos países comunicam de uma forma obscurantista, ou seja, comunicam de forma que as massas não entedem ou se identificam.
O sistema educacional a escala mundial é obscurantista, educa-nos a ser inaptos sociais, ensinando-nos merdas que têm pouco ou nada a ver a nivel empirico com o nosso dia-a-dia.
Entrei pra faculdade a pensar que ia estudar uma coisa e a experiência provou ser precisamente o contrário, só no meu mestrado estudei aquilo que queria mesmo estudar. Entramos pra faculdade míopes, saímos dela cegos. Sem noção palpável do que andamos 22/23 anos a estudar.
Os média são essencialmente, salvo raras excepções obscurantistas.
A t.v. e maioritariamente obscurantista.
Os estados-nação vitimas de um mercado livre regido por corporações transnacionais, são obscurantistas.
Os productos, canais de consumo e artefactos que definem o nosso consumo são esmagadoramente, obscurantistas.
A verdade indiscutível, o ser ou não ser das questões, o fundamental não aprendemos numa sala de aulas, no telejornal, não tá aí pras massas absorverem. Tá refundido atrás de grupos religiosos, sinergias multinacionais, salas G8, reuniões FMI, bancos, bancos mundiais, gabinetes recônditos das nações unidas, maçonarias secretas,religiosos de batinas, engravatados de bolsa metropole financeira e homens de capital disfarçados de filantropos.
Na era de internet...quem encherga é apenas uma minoria. Ainda 100 anos após, vivemos numa era obscurantista.
Quando era miudo seguia homens, tal como um John Mccandless seguiu um Jack London, Tolstoi para o meio de um Alaska apenas pra morrer sozinho. John, apenas um exemplo entre muitos. Se tivesse seguido os meus idolos até as ultimas consequências como ele o fez, como tive para fazer, hoje certamente não estaria aqui. Importa no entanto, não fazer de nenhum homem Deus porque somos todos apenas humanos e nessa limitação carnal todos falíveis. Temos de saber extrair o melhor de cada homem e sem holofotes teologicos sobre Lenine há uma lição de enternidade a extrair: Um "só sei que nada sei", a humildade de conseguir aceitar que somos todos ignorantes perante o desconhecido e o facto de que a lanterna clickada sobre a sombra de novos descobrimentos podem mudar tudo. E perante esse novo descobrimento, saber olhar para ele sem preconceito. Só a partir dessa humildade podemos evoluir e então...transcender.
Não basta ver o telejornal, ser seguidista e limitarmo-nos a ser vitimas de obscurantismo, senão nem meio há de nos apercebermos de novas coisas. Vamos procurar a razão de estarmos cá, debruçar-nos sobre o que nos interessa com a alma que se requer. vamos fazer os nossos descobrimentos e olhar para eles com a frescura e inocência que eles merecem para então...evoluir
Obrigado LENINE.
100 anos de eternidade.
Salvamarte.