sábado, 17 de outubro de 2009

Monsters of Folk


Quando descobri que a minha banda americana folk favorita, Bright Eyes se ia juntar a M. ward e ao vocalista dos My Morning Jacket para o projecto MONSTERS OF FOLK quase tive um orgasmo.

O Album saiu e é belíssimo. os contributos individuais distinguem-se com uma nitidez matumba, consigo sentir em quê que cada génio meteu mão, sente-se cada um deles em varias cancões, mas raramente um conjunto.

Quem são afinal os monsters of folk, senão die hard fãs uns dos outros? Essa é a questão que se têm de se fazer num proximo projecto. Porque apesar de terem conseguido fazer grandes musicas, como colectivo não têm identidade, acho que devia haver separação de papeis, Connor Oberst devia apenas escrever e cantar, M. Ward contribuir na guitarra e baladas estilo cash que faz com uma vulnerabilidade e crueza inimitável. Morning Jacket por sua vez, devia emprestar a sua voz doentia, drum kit e tratar dos arranjos vocais e o maestro, multi instrumentista e productor Mike mogis devia coordenar todo o movimento.

Não há identidade sonora e há quiçá musicas a mais, ainda assim é um album feito por mestres e e monstros da delicadeza. Há grandes cancões neste projecto. Oberst parece estar a trabalhar demais nessa enchente de projectos paralelos que tem feito, mas a sua varinha lirica, apresenta-se mágica como sempre. A sua escrita visual, voz de paciente terminal continuam eficazes, mas com tanto projecto e registo repetido a mistica já não se sente igual.

Oberst diz que vai reformar Bright eyes em 2010-2011 se calhar é a melhor coisa a fazer.

M. Ward tá mais country, gosto do seu registo Cash minimalista mas quando cai pra essas lides de Dolly Parton e Cowboy do Texas não consigo apreciar. Talvez seja uma limitação minha mas acho country mesmo wack. O Dylan no seu programa de radio explicava que a graça do country estava na expressão simples e verdadeira de sentimentos. Pensei pra mim, "ahmmmmm, soul music para os brancos na América".

Oiço Cash, tenho 2 vynis do mano, nunca ouvi musica mais crua e verdadeira senão na essência do hiphop e do folk. Ainda assim, country como género distancia-se bué do folk e do hiphop, assim como o blues, porque apeser dessa simplicidade, expressão de emoções profunda que partilha, não tem poesia, os versos repetem-se infindávelmente mas não há preocupações liricas, o rigor para a performance das palavras é basico, o importante é veicular o sentimento. Pra mim isso não basta.

Os momentos country de Monsters of Folk pra mim não bastam. O album esta muito bem produzido e masterizado, como Mogis nos tem habituado. Estou curioso para saber que tipo de futuro terão os monstros enquanto colectivo.


primeiro single - Dear God (apreciem a ironia)




Temazcal




"love we made at gunpoint, wasn´t love at all" - Oberst é doente. Continua o meu constructor de frase favorito.


Salvamarte

Um comentário:

ikono disse...

Fodz oh puto...tu es fodido. Começas por dizer que o album esta lindíssimo e depois desmontas a dika dizendo que não funcionam como conjunto e que não tem identidade sonora e o camandro? Tás a confundir a malta pá. Ficamos em que? Bate ou rocha?