Venham curtir musica cujo interesse transcende vender unidades, boa musica, musica verdadeira, O ocasional Jornalismo,Filmes, livros e Ideias...venham comigo encontrar o mito de rosseau...
O discurso é poético, a entrega é torrencial, sofrida e brutalmente sincera. Flagelo fez a sua poesia encontrar-se numa ponte com a comunicação, e resultou num casamento raro de se ver nos circulos do Hiphop Angolano e até mesmo Lusófono. "Entre o tempo e a memória" pode ser traduzido como os desabafos de um homem solitário, introvertido, perdido nos seus pensamentos. Um intelectual, que ao ser sufocado pela sociedade em que mora encontra ventilação e libertação a partir da musica. Productor e MC. Rap adulto. Esventreia as futilidades da sociedade, posiciona-se ideologicamente sem pudor à esquerda, faz ode ao Fado Português (pra mim um dos pontos altos do EP), à musica independente e admite que só encontra consolo na loucura. Não fosse o isolamento o castigo natural dos mais elevados, daqueles que são inteligentes o suficiente para fazer a sua própria rota para que no final possam encontrar glória em inspirar-nos com os seus projectos e pensamentos. Check it out...
Há tempos referi-me de forma dura a Hugo Chavez, induzido provavelmente a erro pelo corporativismo internacional. Fiz um estudo consequente e descobri uma serie de iniciativas muito interessantes que o Chavez pos em practica, para além do ensino e serviço de saúde gratuito que são viscerais em qualquer base socialista que se quer olhar no espelho condignamente.
A mais interessante, no meu ponto de vista foi a gestão da Cantv, que ao ser nacionalizada, conseguiu garantir a segurança de emprego que a sua versão privada não cumpriu, aliás mesmo com crescimento estável a a Cantv neo-liberal, decidiu enveredar por out-sourcing e reduções salariais, negligenciando os ultimatos de Chavez que em ultima análise decidiu nacionalizar a cadeia televisiva.
Sob tutela nacional a Cantv conseguiu-se estabelecer como o maior providenciador de internet e televisão sem as pressões lucrativas comuns do mercado livre o que permite desencadear coisas de valor informativo e cultural preciosissimo na educação das massas. Importa salientar que a retomada nacional da empresa privada no contexto socialista moderno não implica gestão do estado mas "empowerment" das comunidades locais, quero com isto dizer que a Cantv é gerida por empresas e investidas locais, de Venezuelano a Venezuelano, o que provocou um impacto impressionante na economia nacional. Também não implica que não há competição, o nemesis do medium Media vai pelo nome de Movistar, privada com bem mais recursos porque opera a nivel continental.
O sistema de nacionalização segundo o governo de Chavez tem a seguinte conjuntura:
criteria for a “socialist” public company 1.Public – not necessarily state-run, as it also refers to community-driven initiatives
2.Equitable – overcoming barriers to access, especially for poorer communities
3.Participative – active and informed participation by diverse groups, not just consultation
4.Efficiency – looking beyond financial efficiency to include factors such as good working conditions, and a positive environmental record
5.Quality – including means of measuring quality beyond the traditional market-driven indicators
6.Accountability – not only to shareholders but mainly to citizens and workers 7.Fair and horizontal labour relations – key to effective public management, with emphasis on training and active involvement of workers
8.Sustainability – Financial, social, political and environmental
9.Solidarity – Very different to Corporate Social Responsibility. Building solidarity between economic and social sectors nationally and internationally, based on common commitment to social goals.
10.Transferability – Examining whether the experience of the company, as a whole or in part, is transferable to other parts of the country, region or world, including options for public-public partnerships (PUPs).
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A cantv é uma companhia rentável, sustentável e uma exemplificação majestosa que vai contra a tese neoliberal que o privado é que é bom, porque a premissa deste socialismo moderno, passa por oferecer o poder à comunidade em vez de estrangular com autoritarismo e centralização. O que faz da conclusão antagonica, contraditoria de uma forma linda e libertária, e sugere que a chave para o sucesso socialista no futuro passa pela célebre frase do transcendentalista Thoreau: "o governo que melhor governa, é o que governa" (mas vigia e delega poder).
http://www.cantv.net/
Principal fonte: Transnacional Institute (um grande site para quem quer informação e jornalismo de académicos e pessoas normais, uma alternativa bem mais segura e seria que o "jornal das 8"
p.s. Os homens mais elevados são aqueles que sabem reconhecer os seus erros: DESCULPA Chavez! A comunidade rural, pobre e sem meios é aquela que mais beneficiou com todo este movimento.
excerto do artigo do transnacional Institute -
International commentators suggest that Chavez's popularity is falling. Was this your impression? What are the implications for the future of CANTV?
We always hear these forecasts from international commentators and it is difficult to say what will happen in the coming legislative election of 2010. However, if you spend time with grassroots communities where the revolution has empowered ordinary people, it doesn't seem like Chavez's support has fallen. I don't see any likely collapse of his vote in the near future.
A década de 60 é para mim uma das decadas mais bonitas do seculo 20, a poesia, musica e ideias que gerou são intemporais. O movimento Hippie tem um papel muito importante na explicação do desencadear de tanta magia e momentos de génio trancendentais. Os anos 50 castraram liberdades, o mundo era frustrado e cabisbaixo, a guerra era mundial fazendo de palavras como prosperidade e tolerancia miragens. Com o final da segunda grande guerra, as reformas humanistas impulsionadas pelo socialismo por um lado e a economia a dar os primeiros passos empurrados pelos liberais por outro, fez com que as ideias abafadas pela opressão explodissem na maioria dos países ocidentais. O movimento hippie é um dos fenomenos mais extravagantes dessa explosão de ideias de libertidade e libertinagem, mesmo porque implodiu no panorama cultural americano. Isto aconteceu a meu ver, porque uma das grandes vantagens que os Estados Unidos têm em relação aos demais, e que a maior parte do mundo ainda não conseguiu ver, é um respeito profundo pela voz e ideias dos jovensm, sempre respeitaram muito isso. Podemos mesmo dizer que os 60s são os filhos libertinos dos autoritários anos 40 e 50.
Os hippies, movimento do "verão do amor 65-67" nas decadas mais doentes de sempre, influenciados pela geração beat dos anos 50, kerouac, allen gainsburg, eram transcendentalistas se me permitem adjectivar (passar a um estado elevado de consciencia a partir da êxtase) o que no fundo é apenas uma palavras mais verbosa para uma forma de hedonismo comunitário, afinal não tinham qualquer ideologia, retiraram-se da sociedade convencional porque acreditavam que nós temos é de ser felizes. Usavam bué de drogas, pq achavam que a vida não devia ser sobre acumulação material mas sobre celebração, excitação e apreciação das coisas simples, a partir de uma noção cientifica(tudo que habita neste planeta é composto das mesmas particulas) e espiritual (lsd e marijuana) que esta tudo ligado.
Conseguiram de forma practica viver msm esse sonho durante anos, sem dinheiro, ombreados por uma comunidade activa. Cada um fazia a sua parte, Medicos, poetas, cozinheiros, artistas, adolescentes desnorteados que nada sabiam para além de não quererem seguir a rota dos pais, activistas havia um leque humano categorizado que fatiava responsabilidades . Havia um grupo que tratava apenas da alimentação - os diggers, havia tbm o "oraculo" o jornal hippie com noticias da actualidade, a guerra do Vietname, instrucções alimentares, formas menos nocivas de "triparem" nos halucinogénicos assim como sugestões de literatura, estão entre os Hippies mais celebres que entretanto hoje são ONGs. Outra parte desse eco-subsistema utópico tratou de abrir uma clinica gratuita, que oferecia ajuda 24h para todos os hippies e quem quisesse, passou a haver um organismo vivo auto-suficiente, contra-cultura dentro da America, o pais mais meritocrático e individualista do mundo para cumulo das ironias. Também em frança mas não com o mesmo impacto e independência do Estado, eram pensadores comunistas e filosofos ideologicos.
Os Hippies não eram comunistas, nem anarquistas ou sequer ideológicos...não tinham um lider (É aí que falhamos ao eleger um lider, pq temos Pai e Mãe, somos ensinados depois a seguir para o resto da vida, não acredito mais nisso de Lider)
Os psicólogos dizem que todos nós passamos por um periodo de rebelião na nossa adolescência e que esse motim interno que sofremos é inevitavel, este movimento é para mim a celebração da inocência humana.
A beleza deste sistema é que não foi uma teoria, aconteceu e funcionou por um periodo significante de tempo e influenciou e influenciará a historia da humanidade para sempre, podemos aprender com todos os sistemas.
Hendrix, Morrison, Jefferson Airplanes, Grateful Dead, Janis Joplin...para citar apenas alguns, a musica não seria a mesma sem eles e aqueles que influenciaram...
A grande Janis...mesmo antes de morrer de overdose...Uma das maiores vocalistas de sempre.
Richard Hawley de Sheffield Inglaterra, é um compositor pop raro, podemos engavetá-lo como um singer-songwriter possesso de uma voz baritone profunda e melancólica, como se cuspisse sopros de sensibilidade extrema das catacumbas da caverna do Batman. É talvez a segunda vinda do Scott Walker misturado com Sinatra, leonard Cohen e David Bowie. Um compositor doente que não plastifica nem formata. É também um mano lirico na composição pop contemporânea como muito poucos.
Os artic Monkeys, vindos da mesma cidade que Hawley, após terem tido o melhor debut da história de vendas da Inglaterra, ganharam com naturalidade o prémio Mercury, mas ao subir ao palco as primeiras palavras de Alex Turner foram "Richard Hawley has been robbed" na altura os Artic competiam com o disco "Cole´s corner" de Hawley numa fase em que estava mais influenciado por Elvis, Cole´s Corner tem potencialmente a pior capa da história da musica mas como se diz, jamais se deve julgar um livro pela.
Mercury - uma espécie de grammys de musica Inglesa, mas que contrariamente aos Grammys os critérios são originalidade, inovação, talento ao e não se limita ao numero de vendas alias nem é critério - Portishead, Suede, Badly Drawn Boy, PJ harvey, Ms. Dynamite, Franz Ferdinand, Klaxons constam na lista de vencedores previos.
segundo single do album - truelover´s gutter (2009)
O presidente venezuelano diz que o sismo que devastou o Haiti foi causado pelo teste de uma arma da Marinha norte-americana.
Num comunicado divulgado na rede estatal de televisão venezuelana "Vive" e que ganhou eco na imprensa mundial, o governo venezuelano afirma, com base num relatório preparado pela Frota Russa do Norte, que "o sismo do Haiti foi um claro resultado de um teste da Marinha americana" com "uma das suas armas de (provocar) terramotos".
Segundo o documento, a frota russa do Norte "monitoriza os movimentos e as actividades navais americanas nas Caraíbas desde 2008, altura em que os EUA anunciaram a sua intenção de restabelecer a Quarta Frota, dissolvida em 1950".
O relatório compara "o teste de duas destas armas de terramotos" realizados na semana passada pela Marinha americana. A experiência feita no Pacífico terá provocado um terramoto de magnitude 6,5 em Eureka, na Califórnia, sem vítimas, "enquanto o teste realizado nas Caraíbas provocou a morte de pelo menos 140 mil inocentes", pode ler-se no documento.
Segundo o texto russo, "é mais que provável" que Washington "tivesse conhecimento total dos catastróficos danos que este teste poderia ter sobre o Haiti e por isso posicionou um dos seus comandantes, o general P.K. Keen, na ilha para supervisionar o acontecimento".
Em relação ao objectivo de Washington com os testes, Moscovo e Caracas afirmam que "no resultado final dos testes destas armas está o plano dos EUA da destruição do Irão através de uma série de terramotos pensados para derrubar o actual regime islâmico".
Por fim, o documento denuncia que "o Departamento de Estado, Agência Americana de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Comando Sul dos EUA começaram a invasão humanitária ao enviar pelo menos dez mil soldados e empreiteiros para controlar, no lugar da Organização das Nações Unidas, o território haitiano após o devastador terremoto experimental".
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O problema que se coloca com o Hugo Chavez, é que já nem a nivel interno tem credibilidade. A minoria esclarecida da Venezuela já o conseguiu expor como um mentiroso, propagandista de dimensões de Joseph Goebbels e até como um corrupto ao colocar a familia em postos hegemónicos.
Parece que leu o livro "Como passar de héroi socialista a ditador em 5 minutos" ao utilizar todos os clichés de conservadorismo contemporâneo conhecidos até a data, nacionalizações que não impactuam na condição de vida miserável do povo, mudança da constituição para perpetuar o poder, opressão, propaganda massiva com punho de ferro sob a comunicação social, asfixia da liberdade de expressão. A nível internacional Chavez até já é visto como um palhaço, não soube gerir o mediatismo e expos-se em situações circenses que desiludiram o mais utópico dos esquerdistas.
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"Prova"
Há poucas coisas que tomo como dado garantido, todos os ideias são passiveis de mudança, aquilo que tomo como dado garantido, é que sou fundamentalmente um humanista e um pensador alternativo, mas a isto vindo do Chavez eu digo: PROVA bro!
Mostra o dito relatório, expõe o documento, parte a loiça, deixa o "Rei nu" bro, porque falar já falaste muito e até mesmo os Espanhóis que roubaram o teu país e continente durante séculos não se coibiram de te mandar calar a boca em publico. Digo que és só teoria mano, és só boca, és só incendiário, és só inflamatório bro...estamos fartos disso, portas-te como um palhaço e ninguém nunca vê os frutos das tuas sementes. Acho-te um bêbado de poder, aspirante a Fidel Castro versão fast-food para pseudo-socialistas, não me convences, eu sei que vais querer vir falar bro, mas é escusado, porque é que não te calas e fazes desta vez?
James Lovelock é um ambientalista com uma teoria muito interessante sobre o ambiente – chama-se teoria Gaia. - O seu percurso é digno de um profeta, tendo previsto o aquecimento Global antes sequer de ter denominação em plena guerra fria. Dedicou a vida inteira a estudar e a teorizar o comportamento do planeta, e mesmo aos 90 anos...continua.
Bro já nos anos 70 começou a falar dos problemas que a Terra esta a enfrentar agora, cheias, aquecimento global, katrinas, tsunamis etc. Explicou tudo que está a acontecer feito Julio Verne a profetizar a chegada dos submarinos, mas como uma teoria académica ao invés de ficção cientifica. Claro que qd apresentou a tese viram-no como um conspiracionista catastrófico demente. Hoje é visto como um herói de dimensão profética, tem um livro acabado de escrever “The vanishing face of Gaia” não sei se foi ou se será editado em Português, mano tá com 90 ANOS! E tá aí lucido a dar entrevistas e a explicar de forma clara e minuciosa cada etapa da sua visão. Acho que sem idolatria, todos nós deviamos pelo menos ouvi-lo, senão pelo seu estatuto de ancião pela dedicação de uma vida à Terra e a humanidade.
Lovelock diz que usar lâmpadas de baixo consumo, emitir menos co2 e andar de bicicleta e os esforços todos que fazemos são futeis apesar de fazer vénia à re-educação da humanidade e à vontade que demonstra em reformar-se,elevar-se e transcender. Contudo, considera já ser tarde demais considerando a envergadura do problema. Portanto considera que mesmo a nivel colectivo já vamos tarde demais, a revolução na Terra é inevitável, “a unica coisa constante no mundo é a mudança”, especialmente quando forçada pelo comportamento suicida que temos nutrido que paralela com a nossa noção ilusória de progresso e avanço.
O Ambientalista Prevê cheias que inundarão as grandes metrópoles do mundo, aumento de temperaturas tão drásticos que a Europa vai-se assemelhar a Baghdad. Lovelock dá profunidade à sua tese, ao afirmar que o planeta vai sobreviver assim como a raça humana, mas a um preço muito elevado, com os sismos, cataclismos, cheias, furacões e potencialmente reconfiguração geográfica, pq gaia –a teoria do organismo vivo, vê o planeta como um ser vivo que vai-se reajustar visceralmente num exercio de sobrevivência.
A salvação já não passa por medidas individuais. Propõe medidas que especialistas reiteram e simultaneamente rejeitam, não estivessemos nós a falar de ciência. A ciência será eternamente dividida. A questão é que este homem já acertou uma vez, o que é que nos faz pensar que estará errado agora? Merece pelo seu percurso, ser levado muito a serio.
Sugestõesde James Lovelock:
– Sugere de forma indirecta a reforma do dinheiro, que apesar de ter gerado muito progresso, esta a impossibilitar clarividência e funciona como um lobby estorvador daquilo que é necessário fazer para a manutenção da humanidade e civilização como a conhecemos.
- Defende a utilização de energia nuclear, na medida em que o tabu criado à volta da questão deriva de propaganda da guerra fria, usa o exemplo da Inglaterra que usa energia nuclear há 40 anos e que nunca ninguem morreu ou saiu lesado com a utilização da mesma.
- Mais que a energia nuclear apoia a fusão nuclear e que se esforços fossem alocados pelas “instituições” relevantes sem cinismo, seria uma monumental fonte de produção de energia.
- Afirma que o grande problema relativamente ao ambiente e a resistência à mudança nem são os factores comuns, aqueles que geralmente levam a guerra e às catastrofes da historia da humanidade – comunicação débil, ignorância, medo...tirando a principal – Ambição de uma minoria que detém o controlo e o poder de decisão não tem vontade de tomar as decisões necessárias para o bem colectivo. Toda a história da humanidade tem sido definida pela minoria dos que têm os meios de produção e a maioria à mercê da minoria, neste caso não é diferente senão na consequência final – vamos voltar à estaca 0 como as civilizações primitivas. Lovelock questiona se vamos conseguir salvaguardar o know-how e o legado da nossa história.
- Facto: Investimos mais dinheiro em “ringtones”(toques de telemóvel) do que em desenvolvimento em fusão nuclear, ou como absorver luz do sol.
- Lovelock diz que a redução de dióxido de carbono passa por criar rotinas de transformar o nosso lixo em carvão e que a ideia de enfiar o dioxido de carbono debaixo da terra para reduzir os seus efeitos devastadores é irrealista e que no fundo a industria de produção de energia que tem investido nessa opção sabe disso.
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Ele fala de forma clara e com analogias simples :
“Pensamos na Terra como um ser vivo – Agora imaginemos que temos um cavalo num estábulo a aquecer, em estado febril, com medo e assustado pela sua vida, acham mesmo que dizer “tem calma, não é tão mau como pensas” o acalmaria?"
“Temos de parar de tentar salvar o planeta, não somos capazes ou sequer temos inteligencia suficiente...o Planeta vai salvar-se a si próprio. Não morrerá nem nós morreremos, mas vão ser tempos extremamente dificeis”
Vivienne Westwood – A fashion designer vê Lovelock como um dos seus idolos e foi ela e a sua influência que permitiram que esta entrevista ocorresse no mainstream. Entrevista Retirada da revista – Dazzed and Confused.
O tema é recorrente mas o Discurso é tão inteligente (pelo irónico e humor) que acho que vale a pena refazer a sua leitura.
Dívida externa da América Latina
DISCURSO DO EMBAIXADOR MEXICANO
Um discurso feito pelo embaixador GuaicaípuroCuatemoc, de ascendência indígena, sobre o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia.
A Conferência dos Chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em Madrid, viveu um momento revelador e surpreendente: os Chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irónico, cáustico e historicamente exacto.
Eis o discurso:
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" há 500... O irmão europeu da alfândega pediu-me um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financeiro europeu pede ao meu país o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Outro irmão europeu explica-me que toda a dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros, sem lhes pedir consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no "Arquivo da Companhia das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos de 1503 a 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Teria aquilo sido um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.
Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, com Bartolomeu de Las Casas ou ArturoUslarPietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a actual civilização europeia se devem à inundação dos metais preciosos tirados das Américas.
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas uma indemnização por perdas e danos.
Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?
Não. No aspecto estratégico, delapidaram-nos nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias outras formas de extermínio mútuo.
No aspecto financeiro, foram incapazes - depois de uma moratória de 500 anos - tanto de amortizar capital e juros, como de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, o que nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos para cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, concedendo-lhes 200 anos de bónus.
Feitas as contas a partir desta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, concluimos, e disso informamos os nossos descobridores, que nos devem não os 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, mas aqueles valores elevados à potência de 300, número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para estes módicos juros, seria admitir o seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.
Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos a assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente na obrigação do pagamento da dívida, sob pena de privatização ou conversão da Europa, de forma tal, que seja possível um processo de entrega de terras, como primeira prestação da dívida histórica..."
Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Europeia, GuaicaípuroGuatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira Dívida Externa.
"I'm interested only in making money. I mean, that's absolutely the only criterion I attach. That's it. ... That's the only thing we think about: Will it make money?" (Simon Cowell explains his philosophy).
Esta citação é vista como uma das mais emblemáticas da década e de certa forma, encompassa aquilo que definiu a industria da musica nos ultimos 10 anos, regurgitada pelo homem mais influente do ramo nos ultimos tempos.
Simon Cowell - Icone do Ex-factor, simbolo zénite da destruição da musica, antitese de arte, Rei da formatação e Diabo fascista didator que monta a cada gesto o pedestal da anti-criatividade.
A coisa mais bonita no entanto, é que por mais Simon Cowells e A&Rs dinheiristas que haja a internet e estes excitantes novos tempos, permitem que a melhor musica do mundo esteja disponivel a todos, a 10 min de um download, a um click do mouse, em discos duros e bancos de memoria virtual.
A crise financeira extinguiu o "middle man". O burocrata engravatado que promove a musica de plastico para enriquecer esta a cada passo que o tempo dá mais obsoleto, a reforma da grande editora é eminente. Elas andam aí todas a fazerem cinergias, a comprarem-se umas as outras mas a verdade é que tem os dias contados. Há de haver sempre musica de merda, há de sempre ter mais força popular mas os productos deles hão de ser produtos de 5 min. Os artistas indie hoje fazem carreira ao construir uma base de fãs de baixo para cima, porque não dependem da quantidade de dinheiro injectada na comunicação social e rotação MTV.
Por mais Artistas pré-fabricados que os Idolos, X-factors e programas fast-food criem não têm meios de bloquear o movimento independente ou Internet hegemónico nos dias de hoje.
Susan Boyle, cantora de casa de banho com história de cinderella retirou o titulo aos Artic Monkeys de debut(estreia) mais bem sucedida de sempre, o album teve um registo de vendas astronómico na primeira semana. A diferença é que os Artic Monkeys não nos foram impostos, não nos foram alimentados por um programa fast food de geração de dinheiro, cuja premissa não é premiar o talento, mas premiar aquele que mais potencial tem de vender! (não consigo entender como é que as pessoas aceitam ver e apoiar essa premissa e esses programas). Os Artic criaram buzz no myspace, lançaram o disco numa editora independente que vai pelo nome de Domino, não foram impingidos e publicitados em massa, foram escolhidos pelos amantes da musica, e encheram arenas com word-of-mouth e os lucros das vendas dos discos deles voltou para os seus bolsos e hoje fazem carreira na mesma editora que começaram, com a mesma estrutura. O sucesso da Susan Boyle vai-se traduzir em dinheiro que o Simon Cowell e a cadeia televisiva vão ganhar e em toda probabilidade vai morrer pobre com uma carreira de 5 min.
I-generation
Nem estou preocupado, não é pelo Simon Cowell ditar aquilo que passa na t.v. que a musica relevante deixe de fluir na net e magazines com a mesma força que a àgua corre pelos mares e o sangue percorre as nossas veias. Não é por ele querer destruir a musica que os Grizzly bear deixem de ter 12,000 espectadores nos seus espetáculos, sem promo pop ou reclames televisivos, não é pelas editoras de hiphop investirem milhões em lixo que a mixtape que o Joell Ortiz fez no autocarro do seu tour tenha deixado de me chegar aos ouvidos e que as magazines e bloggers deixem de o condecorar, apenas alguns exemplos entre centenas para provar que...
Há toda uma Igeneration que usa a internet de forma religiosa pra filtrar o lixo e a mentira, que contorna os filmes dos grandes estudios designados a distrair-nos com defecação explosiva e drama plastificado, que queima em fogueira os livros de "celebridades e jogadores de futebol" que enchem os tops das livrarias e rejeita essa musica pornográfica de 3 min. refrão x-factor.
Nós da I-generation puxamos e trocamos ficheiros nobres de filmes musica e livros independente que os Simon Cowells não querem que vejamos. Querem que sejamos burros e ignorantes, mas é tarde demais...a I-generation chegou, e é a coisa mais comunicativa e pedagógica de sempre. Download no meu dicionário é sinónimo de aculturação e educão.