domingo, 12 de abril de 2009
Antony and the Johnsons - The crying Light (2009)
Antony Hagerty, vocalista dos Antony and the Johnsons é uma das novas "divas" da musica pop. Autor de uma pop clássica caracterizada por uma tristeza de cortar o pulso.
Dono de uma voz doentia para além de descrição, um vibrato que diambula entre o canto e o choro e letras profundas que fecham o cerco a temas como a homosexualidade, familia, perda, amor, referências e metáforas a animais e á natureza, toca vagamente em temas do além como espiritos e fantasmas, e Hagerty não se coibe de inclusivamente fazer alguns debruços filosóficos como: O que estamos cá a fazer? .
Em 2006 Antony ofereceu-nos o classico "I am a bird now" que para além de o permitir atingir fama mundial, permitiu também que ganhasse o Prémio Mercury . "I am a bird..." E um album que todos deviamos ter, pela sua intensidade dramática, pela sua nudez matumba, caracterizada por uma tristeza e vulnerabilidade jamais vistas em formato canção. ou apenas pela fenomenal voz que Antony tem. Quando Hagerty canta, só sai alma, apreciem só os maneirismos, ele abana-se todo a cantar como se estivesse a fazer um esforço tremendo pra controlar a sua voz:
Cover de Beyoncé - Crazy in Love . Num mundo ideal, esta seria a versão que por mérito, desfilaria a toda hora na Mtv. Mas não, vivemos no mundo dos media fascista. Do reforço dos clichés e ilusões. Já nos anos 80 o "o video matou a estrela da rádio", portanto hoje em 2009 é impossivel que aqueles que se desviam da norma fascista dos média a que as grandes corporações musicais fazem seguidismo, tenham qq exposição massificada. Vamos ser francos, real talk, Antony é gay e como tal, é impossivel ser formatado, duvido que a própria Beyoncé, cujo talento é imenso, faça escolhas pessoais de pôr óleo johnson nas coxas, mostrar a barriga e abanar o rabo em todos os clips. Ela fá-lo porque entende que quanto mais objectificada, mais exposição e discos vai vender. São regras maradas estas da industria musical, mas é o mundo que temos. Ainda bem que ainda temos críticos sérios, e que hoje mais que nunca, um artista sem grandes estruturas podem atingir o estatuto que merece:
Em 2009 Antony já é uma super-estrela, tem uma base de fãs tão fieis que não hesitam em viajar de um país para outro, só para testemunharem o seu génio vocal. Em the crying light a formula é a mesma que nos seus registos anteriores. Baladas, musicas em formato canção com o piano em lume brando e o ocasional violino e Guitarra, a bateria esta, mal se encontra nas suas musicas, isto é tipo Opera homies, mas não é Opera. A musica é como que um pretexto pra deixar o Antony cuspir a sua voz montanhosa e colossal. Está lá, mas é como se não estivesse: http://www.myspace.com/antonyandthejohnsons
1º Single de - The crying Light - Epilepsy is dying:
Senti o The Crying light, o Antony há de comover sempre. A formula é no entanto, demasiado igual a de 06, não mudou nada. Acho que parar 3 ou 4 anos pra voltar igual deixa alguma coisa a desejar. Não acho as musicas tão fortes ou boas como as de "Sou um passarinho agora" de 06, mas se calhar é por já não ser novidade e por ele ter um registo actual demasiado intimo ao anterior. O Antony é no entanto uma pérola, um dos maiores vocalistas dos nossos tempos e por esse talento extraordinario tem de ser acarinhado e reconhecido. Mesmo que se vista como uma prostituta andrógena com barriga de cerveja e perucas de um cabeleiro das caraíbas. =)Vá-se lá saber, os génios têm sempre as suas excentricidades, não há razão em sermos moralistas. =)
Léxico: O Antony faz-se muitas vezes acompanhar do Rei da freak-folk-psicadélica, super productor e referência da cena musical californiana, Devendra Banhart. Vê no Boy George a sua inspiração(apesar de o ter ultrapassado, é o upgrade em todos os sentidos), Cantou como cantor de fundo e é amigo de Lou Reed (como o padrinho do Antony nestas coisas da musica) e partilha para além da predisposição sexual o gosto pelo formato canção de contornos classicos com outra diva ou devo dizer Divo Rufus Wainwright.
A minha musica favorita nesta Luz chorosa de 2009, é para além do primeiro single "Epilepsy is dancing", "One Dove" (há um instrumento que n consigo decifrar, soa a aquelas harpas que os indios da floresta amazonica usam no discovery channel e também tem, em nome do romance um saxofone macabro)
Salvamarte
p.s. O Antony não bate mesmo bem, não sei como é que ele vê beleza na capa do album dele, uma mulher, ou devo dizer, o cadavér de uma mulher com expressão duvidosa. Acho que está relacionado com o título do Album, a fotografia é negra, ou seja a preto e branco, e há uma mulher morta, portanto, A luz que morre personificada. Lol. Sou capaz de estar a divagar mas sei lá, tem a sua lógica num contexto bizarro, ou digamos "Antonyano"
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