sábado, 11 de abril de 2009

White Lies - To lose my life (2009)


Tipica Banda indie rock Londrina. E agora? Têm influências evidentes dos INTERPOL e JOY DIVISION. Bué de bandas tambem têm, e depois? Depois aquilo que os separa da maioria das bandas novas é que em detrimento de quererem dominar o mundo com ritmos frenéticos ou inovadores(tome-se a nova tendência de toda gente se fundir com afro-breat) para fazerem as pessoas dançarem, apostaram numa sonoridade grandiosa, mas triste, imbuida de uma melancolia inconsolável. Eles não são os BLOC PARTY, MGMT ou VAMPIRE WEEKEND que nos conseguem persuadir com sexappeal ritmico e melódico. São quiça os Joy Division e os Interpol, bem mais lento, bem mais negro e GLASVEGUISTA, e nesse contexto bem mais comunicativos e poderosos liricamente. Acontecem coisas raras no formato canção indie como contar estórias, tomemos como exemplo a incrivel ultima canção: The Price of Love, em que a mulher de um individuo é sequestrada até este conseguir pagar a divída de 1 milhão de libras. O Marido acaba por ganhar 800,000 mil num concurso televisivo, e apesar de se desdobrar para atingir a quantia estipulada no prazo de uma semana, fracassa. Entre trocas de telefonema com os sequestradores vai suplicando pela vida da mulher, mas ao que parece é tarde demais. Tão perto e no entanto tão longe. A musica vai crescendo, entram os violinos, tão emotivos quanto a deslumbrante voz do Harry McVeigh, num ultimo refrão em que o marido acaba por pagar o altíssimo preço do amor.
Os White Lies estão na maioria dos festivais de verão, o que era facil de prever, após atingirem o nº1 do top de vendas do Reino Unido e do sucesso do brilhante single "Unfinished Business" em que inclusivamente eu não resisto em cantar palavra por palavra. A voz de Mcveigh é assombrosa, ele canta num tom profundo, em baritone, como um crooner da escola do Sinatra. Arrasta e parte as sílabas dos versos com uma elegância e respeito pelas palavras que só os liricistas têm, sem vibratos e falsetes desnecessários. O vocalista é sem duvida o que os separa do resto dos inspirados pelos Interpol e Joy Division.
Os White Lies são indubitavelmente uma das revelações do ano, espero vê-los em concerto brevemente, os blogues e forums juram que eles são sinistros ao vivo, e que brincam bué bem com os jogos de luz instalando-se uma atmosfera ideal para a musica funerária e negra que pintam. Este é dos meus albums do ano, espero que seja também a vossa xicara de chá.

Léxico:
Altamente descritivo, visual, lírico/poetico, narrativo, frio, respeito profundo pelas palavras, elegância, violinos, épico, Interpol, Joy Division, e há quem ainda argumente, Editors.


Salvamarte

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