quinta-feira, 28 de maio de 2009
Maxwell: Triunfo perante industria fascista
Depois de 7 anos, Maxwell voltou. Houveram beefs e crises intermináveis porque a industria musical esta em crise e a Sony/Columbia não queria deixar o Maxwell fazer a música que ele ambicionava fazer. Independentemente do papel fundamental e peso que acarreta no neo-soul/r&b. É visto a par do D´Angelo, Erikah Badu e Jill Scott como um dos pioneiros e principais impulsionadores do Neo-soul.
O argumento é comum e os grandes cantores dos anos 90 viram-se vitimas dessa nova ordem mundial fascista: "Se não sabes dançar ou fazes musica de discoteca, não tens sex appeal adolescente e gostas de usar instrumentos orgânicos na tua musica e se tens mais de 25 anos não és relevante para o soul/r&b enquanto artista de uma editora Major". É triste. Isto já acontece há alguns anos, é o fim do espaço pra boa musica nas radios e grandes circuitos da comunicação social. Esses corporativos dizem que essa constatação é fruto de uma profunda pesquisa de mercado e que são as novas regras do jogo. Acho isso ridiculo porque talento é talento e grandes albums hão de ter sucesso sempre. Se a Amy Winehouse vende com boa musica e promoção o Maxwell também pode fazê-lo, mais ainda, o Maxwell tem uma base de fãs que ultrapassa numeros modestos. Uma base de fãs robusta, mais fiel que os peregrinos de fátima.
O Maxwell é o meu cantor favorito do género. Sinto-me priveligiado por, no decorrer da minha adolescência ter tido a oportunidade de ver musica de culto na TV. Havia espaço pra um bumbo com carapinha, ser ele próprio sem formatações, falar honestamente sobre amor, de uma forma poética e profundamente emocional. O Maxwell é o Marvin Gaye da nossa geração, mas muito mais dotado tecnicamente, apesar de não tão impactuante e diversificado liricamente. Querer formatar o Maxwell e encaixa-lo aos padrões da musica actual é mais que lamentável é criminoso. É na perspectiva de qualquer pessoa com o minimo sentido critico um dos maiores cantores de sempre no género. Nunca banalizou as palavras, nunca se formatou, nunca caiu em facilitismos de pôr vagabundas com óleo johnson nas coxas e rabos bussais nos clips, não se veste como um macaco com fios de platina e grandes logotipos pra ser "cool", deixa sempre a música falar por ele, Maxwell é um artista. Foi importante pra mim ver o Maxwell na tv ao crescer, senti-me representado. Tenho a certeza que há muitos putos na comunidade negra de hoje que não se sentem representados e que acham que esses "cantores dançantes" não são tudo que existe, e que há unidimensionalidade, pra não dizer ditadura nos critérios das radios e canais de musica. A tv insiste em mostrar apenas um lado da história, como se o mundo e as canções de amor se reduzissem a putas, perucas, jóias, sexo, óculos escuros, casacos de couro pretos e idiotas lamber os lábios, foreplay de video clip e "amo-te baby".
O Maxwell esperou 7 anos para que lhe dessem luz verde, podia ter ido pro underground vender 100,000 cópias como a grande parte dos prodigios da sua geração mas decidiu lutar contra a editora e venceu. Portanto depois de um braço de ferro de 7 anos "Black summer night´s" vem aí este ano e é o primeiro de uma trilogia.
O primeiro single PRETTY WINGS é doentio e das melhores musicas dentro do género que ouvi nos ultimos tempos (se calhar é o Ne-yo e o Chris Brown que conseguem fazer isto) :
Deixo-vos também com a versão ao vivo do "This women´s Work" cover da Kate Bush, uma das maiores actuações vocais que vi de uma das mais originais vozes femeninas o que faz com que a performance seja ainda mais especial:
De acordo com Nietzsche já no século 19 era assim...
Léxico -Industria Musical; Neo-soul/R&b; Maxwell; Triunfo; maiores cantores de sempre;
Salvamarte
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Um comentário:
Aí.....
Pra mim existe Maxwell e os outros, a perfeição que ele canta... as melodias!!! são impossíveis de não adorar!!
o cara é sinistro mesmo!! tava meio cansado de ouvir essas musicas de hj!!
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