segunda-feira, 19 de outubro de 2009

100 anos de Lénine - Obscurantismo


Lenine, pai da revolução comunista russa, foi um dos maiores pensadores do sec. 20.

Este ano marca o centário da obra «Materialismo e Empiriocriticismo» publicada em Maio de 1909,
e hoje mantém-se tão relevante como ontem.

Temos de dar props a quem teve cá ontem para percebermos o amanhã.

A dica mais phat deste livro pra mim ta na sua função contra teses obscurantistas -

O Obscurantismo é um hábito de ocultar factos que possam denunciar ou contraditar actos, opiniões, argumentos e afirmações de certos grupos que se arvoram donos da verdade.

O obscurantismo é uma atitude política, religião ou doutrina que se opõe a difusão dos conhecimentos científicos entre as classes populares.

Obscurantismo, é também um estado de espírito oposto à razão e ao progresso intelectual e material; um desejo de não instrução, um estado de completa ignorância; doutrina contrária ao progresso.

Lénine, nesta obra, analisa portanto esta pretensa «crise da ciência» ou «crise da física moderna».
De uma forma aprofundada, Lénine defende, na sua obra, que:

1.º - Há coisas que existem independentemente da nossa consciência, independentemente das nossas sensações, fora de nós.

2.º - Não existe e não pode existir diferença alguma de princípio entre o fenómeno e a coisa em si. A única diferença efectiva é a que existe entre o que é conhecido e o que ainda não é.

3.º - Sobre a teoria do conhecimento, como em todos os outros campos da ciência, deve-se raciocinar sempre dialecticamente, isto é, nunca supor invariável e já feito o nosso conhecimento, mas analisar o processo pelo qual o conhecimento nasce da ignorância ou graças ao qual o conhecimento vago e incompleto se torna conhecimento mais adequado.

Embora escrito há mais de cem anos, este texto mantém uma extraordinária actualidade, não obstante os avanços no conhecimento científico no campo da Física terem rectificado alguns dos seus postulados.

Numa altura em que, novamente, perante as dificuldades de interpretação dos novos conhecimentos científicos, proliferam concepções obscurantistas, é de todo o interesse debater,
a validade do conhecimento pelo homem dos fenómenos naturais.

..,,..

Vivemos num mundo de progresso inédito, a informação gira o globo a velocidades vertiginosas pelo avanço cientifico que amassamos, no entanto o fosso entre os ricos e os pobres nunca foi tão abismal.
Os politicos na maioria dos países comunicam de uma forma obscurantista, ou seja, comunicam de forma que as massas não entedem ou se identificam.

O sistema educacional a escala mundial é obscurantista, educa-nos a ser inaptos sociais, ensinando-nos merdas que têm pouco ou nada a ver a nivel empirico com o nosso dia-a-dia.
Entrei pra faculdade a pensar que ia estudar uma coisa e a experiência provou ser precisamente o contrário, só no meu mestrado estudei aquilo que queria mesmo estudar. Entramos pra faculdade míopes, saímos dela cegos. Sem noção palpável do que andamos 22/23 anos a estudar.

Os média são essencialmente, salvo raras excepções obscurantistas.

A t.v. e maioritariamente obscurantista.

Os estados-nação vitimas de um mercado livre regido por corporações transnacionais, são obscurantistas.

Os productos, canais de consumo e artefactos que definem o nosso consumo são esmagadoramente, obscurantistas.

A verdade indiscutível, o ser ou não ser das questões, o fundamental não aprendemos numa sala de aulas, no telejornal, não tá aí pras massas absorverem. Tá refundido atrás de grupos religiosos, sinergias multinacionais, salas G8, reuniões FMI, bancos, bancos mundiais, gabinetes recônditos das nações unidas, maçonarias secretas,religiosos de batinas, engravatados de bolsa metropole financeira e homens de capital disfarçados de filantropos.

Na era de internet...quem encherga é apenas uma minoria. Ainda 100 anos após, vivemos numa era obscurantista.

Quando era miudo seguia homens, tal como um John Mccandless seguiu um Jack London, Tolstoi para o meio de um Alaska apenas pra morrer sozinho. John, apenas um exemplo entre muitos. Se tivesse seguido os meus idolos até as ultimas consequências como ele o fez, como tive para fazer, hoje certamente não estaria aqui. Importa no entanto, não fazer de nenhum homem Deus porque somos todos apenas humanos e nessa limitação carnal todos falíveis. Temos de saber extrair o melhor de cada homem e sem holofotes teologicos sobre Lenine há uma lição de enternidade a extrair: Um "só sei que nada sei", a humildade de conseguir aceitar que somos todos ignorantes perante o desconhecido e o facto de que a lanterna clickada sobre a sombra de novos descobrimentos podem mudar tudo. E perante esse novo descobrimento, saber olhar para ele sem preconceito. Só a partir dessa humildade podemos evoluir e então...transcender.

Não basta ver o telejornal, ser seguidista e limitarmo-nos a ser vitimas de obscurantismo, senão nem meio há de nos apercebermos de novas coisas. Vamos procurar a razão de estarmos cá, debruçar-nos sobre o que nos interessa com a alma que se requer. vamos fazer os nossos descobrimentos e olhar para eles com a frescura e inocência que eles merecem para então...evoluir

Obrigado LENINE.

100 anos de eternidade.

Salvamarte.




domingo, 18 de outubro de 2009

Nova Escola Americana - kid cudi - Man on the moon: the end of day.






Este era um dos albums mais antecipados do ano para os "hipsters", beat-hoppers e esses pseudo-hiphop lovers que só gostam de beats. A esta altura do campeonato devem estar a caminho das discotecas a fazer manifestações e a procura de meios de cancelar a compra no itunes.



1º Kid Cudi é um WACK MC . Soulja Boy é um spitter mais legitimo que Cudi.

2º Então porquê o aparato sobre o mano e porquê o contrato com a G.O.O.D. music - Cudi tras uma personagem e uma sensibilidade artistica muito semelhante a de Kanye, e no fundo o Album Man on the Moon é o album que Kanye gostaria de ter feito com Heartbreak and 808´s facilmente o projecto mais debil e apressado do Louis Vuitton Don, o derradeiro perfeccionista que supostamente masterizou o "stronger" mais de 80 vezes.

Para além disso, Cudi é um musico, um artista que sente Hiphop mas que facilmente poderia cair na categoria de indie music, usa samples de band of horses e paul simon, coisas raras e confesso que a mixtape dele me trouxe excitação particularmente com o cover de "50 ways to leave your lover" desta feita "50 ways to make a record" tem outros gems lá, inclusive o super smash "day n´nite" que acaba por sumariar quem o kid cudi é - Boa musica, original, ecletico mas liricamente tão abstracto, flow tão quadrado e nonsensical que o interesse que qualquer um possa ter pela personagem de Cudi morre e fica à mercê dos beats e refrões cantados.

Muitos argumentam que a Mixtape de Cudi é um classico, aceito no sentido em que musicalmente nunca vi algo do género, fundiu indie music com hiphop de uma forma que jamais tinha visto, agora isso não faz de Cudi um grande cantor ou um grande rapper.

Essa nova escola de rappers da America é toda muito average, mas aqueles que tenho sentido em ocasião são: Mickey Factz, Wale, Cory Gunnz, Asher Roth, Drake e J. Cole. Em breve devo fazer uma análise mais profunda a todos.

Há tempos, para o site gobshout(Uk) foi-me pedido um "preview" daquilo que eu achava que o album do Cudi seria, e é-me penoso hoje ter estado tão certo ontem (nastradamus stuff) :

Cudi is an amateur rapper, he's like wise a bad communicator, his lyrics are spacey and incomprehensible most of the time. On the other hand he was borderline genius choosing the landscape sounds of his classic mixtape, has a cool mass appeal relaxed singing voice, like dwele without soul or minimalism which is great for transcending race barriers. he brings a character to table, like eminem brought you slim shady in 97, like busta with a cartoon character in end of tribes peak and break up of leaders of the new school and with the gimmick they created a particular sound came with it and god knows hiphop needs it, origininality and arstistry of this sort is the only way for hiphop, there is no way it'll make it if everybody just raps the same topics and doesnt dream conceptual albums anymore . its funny rappers didnt take the Cudi route more, considering that "ready to die" was arguably the best rap album of the 90s decade and so many in that format successfully followed.

I've been hearing cudi rap with others, consequence, radio shows etc...He doesn´t do it often, smartly so, as he looks extremely vulnerable doing it, resulting in not exposing himself too much in the typical rap collaborative fashion, because he knows, at the end of the day that he's not an MC. He's a different type of player in the game, maybe the embodyment, the shinest beacon of the avant-guard phenomenom in the american hiphop arena: "hipster rappers". Where medaphors, lyrical prowess is substituted by sing-song swagger flows, sinthesizers and quirky beats. In this arena "a kid named Cudi" the rappers debut mixtape is seminal and unmatched by any other rapper who treads into this simbiosis - hipster(fucking with pop dance cool trends of music) and mixing it with | hiphop. A cousin of cudi is Wale, one of the first to experiment with alien styles of music that don't usually cling in hiphop's cypher. He himself when questioned by Joe Budden on camera didn't shy out in confessing that his family member couldn't spit. Regardless, Kid's singing ability, pop appeal, sonic sensibility is bigger than wale's will ever be.

A word of advice for listeners>
If you're looking for a revolutionary rap album you won't find it lyrics or mcing, one can only pray that it will be a dope music album with infectious hooks and enslaving with its beats and layer cake synths. The line up looks fantastic - Kanye, Mgmt, Dot the genius and the usual collaborators Ratatat (the indie rockers hiphop dream and the hiphoppers indie dream come true) pat and emile as well as the rap typical format conserved through common's narration.
I honestly think that this is just going to be a cute album, i don't think cudi's got it in him to ignite hiphop essentially because of his delivery handicaps, I hope profoundly that i'm wrong. I think that the mvp out of good music's camp this year will be Mr. Hudson with straight no chaser dropping oct. 6.

Future Previews|Reviews, the albums hiphop's been waiting for this year:
raekwon - ob4cl2 . Drake - so far gone . Reflection Eternal 2 - talib kweli and Hi-tek . Jay-z - the blueprint 3 . Wale - attention deficit . Joell Ortiz's unnamed december project. Crooked I - B.O.S.S. . Royce da 5'9 - Street Hop . Nas and Damien Marley's duet LP Distant Relatives . Buckshot and Krs-one duet lp . Rakim's comeback album . saigon - warning shots 2 . lupe fiasco - lasers . Eminem - relapse 2 . Ghost and dooms duet Lp . and ofcourse...Dr. Dre - detox is sheduled for release this year as well.

Nem giro foi, os beats e a musica são originais mas raramente excitam, a colaboração com MGMT deve ter sido o ponto alto. Daqui a 3 meses ninguem se vai lembrar deste album, senão pelo day and nite e o impacto que a track tem no dancefloor. Acho que Cudi não vai durar na arena do hiphop, tem de aceitar que é um musico e parar de querer rimar, daria um artista indiepop muito interessante. Do campo do Kanye, continuo à espera do Mr. Hudson a nova vinda do Sting.

Salvamarte

sábado, 17 de outubro de 2009

Kev Brown - Random Joints Ep

Mano produz há bué de tempo, sinto a clicka, a humildade, a postura, não é um mc extraordinario mas ta a crescer, o novo ep dele ta aí no itunes:

Another Random Joint - Kev Brown from Humble Monarch on Vimeo.


p.s. Dj Scotch, sei que vais curtir isso.

paz


Salvamarte

Monsters of Folk


Quando descobri que a minha banda americana folk favorita, Bright Eyes se ia juntar a M. ward e ao vocalista dos My Morning Jacket para o projecto MONSTERS OF FOLK quase tive um orgasmo.

O Album saiu e é belíssimo. os contributos individuais distinguem-se com uma nitidez matumba, consigo sentir em quê que cada génio meteu mão, sente-se cada um deles em varias cancões, mas raramente um conjunto.

Quem são afinal os monsters of folk, senão die hard fãs uns dos outros? Essa é a questão que se têm de se fazer num proximo projecto. Porque apesar de terem conseguido fazer grandes musicas, como colectivo não têm identidade, acho que devia haver separação de papeis, Connor Oberst devia apenas escrever e cantar, M. Ward contribuir na guitarra e baladas estilo cash que faz com uma vulnerabilidade e crueza inimitável. Morning Jacket por sua vez, devia emprestar a sua voz doentia, drum kit e tratar dos arranjos vocais e o maestro, multi instrumentista e productor Mike mogis devia coordenar todo o movimento.

Não há identidade sonora e há quiçá musicas a mais, ainda assim é um album feito por mestres e e monstros da delicadeza. Há grandes cancões neste projecto. Oberst parece estar a trabalhar demais nessa enchente de projectos paralelos que tem feito, mas a sua varinha lirica, apresenta-se mágica como sempre. A sua escrita visual, voz de paciente terminal continuam eficazes, mas com tanto projecto e registo repetido a mistica já não se sente igual.

Oberst diz que vai reformar Bright eyes em 2010-2011 se calhar é a melhor coisa a fazer.

M. Ward tá mais country, gosto do seu registo Cash minimalista mas quando cai pra essas lides de Dolly Parton e Cowboy do Texas não consigo apreciar. Talvez seja uma limitação minha mas acho country mesmo wack. O Dylan no seu programa de radio explicava que a graça do country estava na expressão simples e verdadeira de sentimentos. Pensei pra mim, "ahmmmmm, soul music para os brancos na América".

Oiço Cash, tenho 2 vynis do mano, nunca ouvi musica mais crua e verdadeira senão na essência do hiphop e do folk. Ainda assim, country como género distancia-se bué do folk e do hiphop, assim como o blues, porque apeser dessa simplicidade, expressão de emoções profunda que partilha, não tem poesia, os versos repetem-se infindávelmente mas não há preocupações liricas, o rigor para a performance das palavras é basico, o importante é veicular o sentimento. Pra mim isso não basta.

Os momentos country de Monsters of Folk pra mim não bastam. O album esta muito bem produzido e masterizado, como Mogis nos tem habituado. Estou curioso para saber que tipo de futuro terão os monstros enquanto colectivo.


primeiro single - Dear God (apreciem a ironia)




Temazcal




"love we made at gunpoint, wasn´t love at all" - Oberst é doente. Continua o meu constructor de frase favorito.


Salvamarte

Chuva Humana

Estamos todos ligados, tudo esta ligado a tudo e quando nos apercebemos disso, conseguimos fazer coisas lindas...




Salvamarte

Modest Mouse


(2009, sony music)

Os Modest Mouse são uma banda de Indie rock criada em Seattle no épico ano de 1993. Têm inevitavelmente elementos grunge derivados do Boom rastilhado por Cobain, Vedder, Cornell e amigos da mesma cidade.

São a longo prazo bem mais experimentais que qualquer banda grunge, sem jamais terem tido o impacto lirico ou carisma vocal que se aconchegue aos lendarios Pearl Jam e Nirvana, que para alem de apadrinharem um estilo de rock, estão diluidos na historia como ícones de uma geração.
Digo diluidos porque nunca pediram ou clamaram tal papel, muito pelo contrario, idolatravam pessoas como o Bowie mas nunca na mesma medida que veneravam Neil Young que sempre se alienou das grandes editoras e circuitos pop, um dos maiores hippies da musica, viveu em nome da musica, fez os shows que quis quando quis, um verdadeiro héroi que faz musica com uma longevidade que poucos paralelam. Quando Cobain descobriu que ao invés de ser um Bob Dylan ou um Neil Young estava a ser pressionado a ser um Michael Jackson e Madonna, tirou a sua propria vida, deixando apenas uma carta com excertos liricos de...Neil Young.

O que Cobain talvez não tenha percebido é que Dylan e Young tambem tiveram essa pressão mas souberam lidar com ela, refutando todas as teses de profeta, cara geração, messias e todo o aparato que se envolveu em torno do seu génio criativo. Pena. Com a morte do Cobain, veio o boom internacional do grunge que durou apenas mais um anos na garganda de Vedder e os Pearl Jam.

Os Modest Mouse continuaram, sem nunca propriamente terem sido grunge, mas deve-se enfatizar que a diversidade que lhes é atribuida veio involuntariamente tendo sofrido contribuições vocais e instrumentais ora ocasionais ora permanentes de mais de 8 membros diferentes. Os seus criadores e membros de maior longevidade são Isaac Brock, vocalista, Eric Judy, baixo guitarra e percursão e Jeremiah Green, bateria e percursão.

Num espaço de 16 anos conseguiram-se estabelecer como uma das bandas de maior culto no cenario de musica independente da America. têm inclusive um album de platina - good news for people who love bad news (2004). Trocadilho interessante, pena que o album não me despertou o mesmo interesse, acho que nessa altura os Modest estavam a colher os frutos da popularidade de mais de uma década na estrada. Os trabalhos previos são bem mais interessantes, mas vendas nunca reflectiram qualidade musical, "só musica doente hoje, é popular" já dizia nietzchie no séc. 19.

"No one´s first and you´re next" é um belissimo Ep. E para o batalhão de pessoas que já ouvi falar de Modest e nunca chegou a ouvir um album é uma excelente introducão. Recheado de singles lado B, musicas novas e antigas, apresenta toda a diversidade do colectivo assim como acarreta valor actual e antologico.

Pontos altos: o fantastico King Rat, the whale song e autumn song.


King Rat


(video não oficial)



Salvamarte.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pharoahe Monch

Existem rappers e existem Mc´s.

Mc´s hoje são especie rara. Pharoahe é um dos mais dotados a alguma vez cuspir. Jamais vai atingir platina, mas essa historia dos numeros só começou a ser relevante depois do 50 cent começar a fazer as pessoas olhar para os números ao invés do producto. Nos anos 90 ser ouro ou platina era irrelevante pra hiphop heads.
Não sei quantas cópias o internal affairs vendeu, nem interessa.

Pharoahe é muito completo, faz tudo bem, bom storytelling, canto, estilismo, liricismo, comunicacão, pertinência e como se não bastasse, reza a lenda, doentio ao vivo.

Ainda não fez um album á atura do seu talento, é se calhar um slick rick da nossa geração.

Deixo-vos com um video que gosto imenso, sobretudo a parte da invocação, da alma, de onde vem a transcendência, a soul, a magia? Ele explica que faz esse estudo, Eu também o faço, usa adjectivos como honestidade, amor, fala da importância de passar emoção na track, tom de voz...
se calhar as armas mais importantes na performance dos MC´s.

Fala-se muito em Jay-z hoje em dia como melhor MC de sempre, eu nem sequer tenho a certeza se o ponho no meu top 10. O Pharoahe, quanto a esse, nem hesito.




Salvamarte

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Drake featuring kanye west, lil'wayne, eminem - Forever

Esta musica tem girado a net criando katrinas e enchentes de controversia nos forums blogs e message boards. Muitos putos tem-me perguntado o que eu acho disto...


As questoes pertinentes que se levantaram foi:

A musica supostamente reune os "melhores mcs" da actualidade, quem cuspiu melhor?

Lil'wayne e o suposto "top rapper" da america do momento, como e que o devemos pesar na balanca em relacao aos seus predecessores?

Drake?

Forever, como musica?

Primeiro, Forever como musica ta gira, qualquer adjectivo que se paralele a classico ou epico e jogo de luz, fumo, e ventoinha pra fazer esvoacar o cabelo, quero dizer, ficcao, hype e exagero.
Conceptualmente, e uma musica falhada. Lebron James o Sao Sebastiao da NBA convidou Drake para fazer uma musica que falasse de Eternidade para por na soundtrack do seu filme que esta para sair. Drake usou a oportunidade para chamar os supostos melhores MCs da actualidade para cada um em 16 bars relatar porque, e o que e necessario pra se ser eterno. Nao muito diferente da musica "classic" ha uns anos atras patrocinada pela Nike, reunindo Krs, Nas, Rakim e Kanye:



Mas neste contexto, a musica falhou porque em vez de abordarem o tema como aquando do "Classic", limitaram-se a um espetaculo de ego trip, fazendo a musica funcionar apenas pelo sangue jorrado na arena de competicao. Forever e portanto, uma banal ego trip song que reune um combate entre a nova escola e a velha escola, a cuspir desta feita num beat que nao sendo sick e acima da media, sobretudo pelas variacoes pormenores e camadas, a mudanca dos drums ta dope.

Os unicos MCs de Elite, a meu ver, que e justo dizer-se estar entre os "melhores mc's da actualidade" sao o Eminem e o Drake. Eminem apesar de estar tematicamente cansado, redundante ainda nao vi ninguem supera-lo na abordagem ao instrumental, Shady e mesmo um eterno esfomeado.

Drake



Drake e uma especie de simbiose entre Andre 3000, jay-z e lil'wayne. E o rapper/Crooner, que mistura rap e r&b de uma forma dope. Nem e injusto dizer que e o melhor rapper/cantor a emergir do hiphop americano desde a lauryn e Andre 3000.

A diferenca entre niggaz como o k-os, will.iam, b.o.b. , kid cudi vs. Drake, e que os primeiros sao essencialmente musicos e cantores que rimam, nao sao mc's. Drake e um fenomeno contrario, por isso um fenomeno mais efemero e especial: um MC que canta. Gosto de pensar que Drake e K'naan sao os new comers sing song/rappers que mais MCs sao. Tenho carinho por ambos.

E um protegido do lil'wayne que e muito melhor que o Wayne, porque? Excelente voz, rima melhor que wayne, sinto que escreve melhor que wayne, comunica melhor que wayne, tem mais flow que wayne, canta e tem a capacidade de fazer melhores musicas que wayne. E o mais impressionante e a consistencia do mano. Tem apenas 2 mix-tapes, nao tem contrato editorial e e o rapper mais bem sucedido da america em 09, rookie do ano consensual e ate cuspiu no album do jigga. Acho que nunca se viu na historia do rap um mixtape rapper, sem editora, cuspir num album mainstream muito menos do Jigga.

drake tem 50 musicas, as 50 sao boas musicas e a maioria tem versos rebobinaveis. Tem limitacoes claro, sobretudo tematicas, e um ll cool j que faz pussy rap e grandes sons biograficos = emo rap reminiscente de um kanye west da velha guarda ou um Murs 3;16 e pouco mais.

E a meu ver o melhor rapper da nova escola no cenario mainstream americano, a par de k'naan, o mais recente imigrante Nova Iorquino, dai a coloca-lo no patamar da America. Drake pra concluir, tem uma dica muito especial, faz as musicas soarem effortless, parece facil, sao as unicas semelhancas que atribuo ao jigga.



Lil'wayne



Lil'wayne e um average rapper. E provavelmente o top mc mais debil e limitado da historia do rap. E um nigga que vendeu platina com uma musica a fazer uma metafora que compara uma mulher a um "chupa chupa" e um club hit "a milli" que depois de ter sido fatigado por todos os MCs do planeta veio a descobrir-se que o verso original foi o mais wack sugiro que oicam a versao do asher roth, copywrite, crooked i e centenas de outros rappers q o fizeram melhor que ele.
A mixtape supostamente classica do Lil'wayne e a "the drought 3" se compararmos com a serie do crooked i "hiphop weeklys" com a mixtape do joell ortiz deste ano, "covers the classics", com o trabalho do proprio Drake, e de outros new comers como cory gunz -

o lil'wayne e basico e limitado.

Se quisermos mesmo ver a coisa de outro prisma, Lil'wayne tematicamente raramente surpreende, o album the carter 3 e mediano e o nigga tem tipo 1000 musicas com apenas 15 versos rebobinaveis. Como e que um rapper com este tipo de track record pode ser aclamado de melhor da actualidade. Don't believe the hype.

Kanye west

Kanye e super competitivo, cresce todos os anos como rapper, e uma lenda pelos albums classicos que fez, e um artista fenomenal por um punhado de razoes, mas nao e um dope MC, e apenas um nice MC. Merece o hype, trabalha muito, mas comparando-o com um Apathy ou Papoose entre dezenas de exemplos que poderiam ser dados, Kanye nao e top MC.

Eminem


Volto a reiterar, esta cansado e as x ate soa mal em cima dos beats, mas e um mano que nao tem nada a provar, ta no hall of fame, mas que se nota que nao basta pra ele. Eminem sonha e esforca-se pra ser o G.O.A.T. (greatest of all time)
E dos rappers mais esfomeados, perfeccionistas que alguma vez vi. Caiu dps do Eminem show, nao e tao consistente como o jay-z por exemplo, mas enquanto o jigga tem consistencia nunca testemunhei genio no seu rap, contrariamente a Eminem que busca sempre a excelencia na rima, sempre a superacao mesmo quando falha, a fome dele e notoria. Foi o melhor no som e a razao e simples:

- Eminem e um acrobata, ele ja nem faz rimas silabicas,
cospe em esquemas multisilabicos

- Todos cuspiram muito bem e confesso que ate o Lil'wayne me impressionou,
fui injusto, lil'wayne passa a ter 16 grandes versos em 1000 musicas. lol e nenhum som classico. Mas o Em trouxe outra dica, bem mais elevacao que os demais.

- Abordagem ao beat do Em foi complexa todos os outros foram average com a excepcao do Drake

- Intensidade e drama...Ja sabemos que nesse departamento so o pac competia com o shady.

- Mano conseguiu no mesmo tempo que o outros rappers cuspir o dobro das palavras, e ainda ter impacto lirico. Impressionante, e deste tipo de motivacao que lendas sao feitas.

Por esssas razoes o Eminem foi o melhor. No que toca ao argumento de "melhores mcs" da actualidade, so vejo verdade parcial, 50%= Drake e Em sao mesmo mcs e acho pertinente coloca-los entre os melhores o resto e hype.



Salvamarte

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

HOME




"HOME"
Realizado por: Yann Arthus-Bertrand


ha um documentario macabro q saiu ai, que toda gente tem de ver...e facilmente o melhor documentario ecologico que alguma x vi.
ta perfeito. Chama-se "HOME" podem cata-lo no utube, basta procurar "HOME".

Fala de toda a historia do planeta terra ate a nossa contemporaneidade, e de como nos ultimos 10,000 anos da historia da humanidade, conseguimos destruir o equilibrio "milagroso" da natureza terrestre que define a existencia como nos a conhecemos.

O planeta existe ha 4 bilhoes de anos, os humanos a apenas 200,000, e desde a descoberta das energias nao renovaveis que estamos a convidar o armagedao (situacao ideal pra envocar termos biblicos epicos)
a um hiper ritmo a partir da destruicao de tudo que o natureza nos deu e da nossa mitica resistencia a mudanca.

Fala minuciosamente sobre todas fontes de fadiga da nossa terra: agricultura compulsiva, industria, deflorestacao, transporte.
A falencia do modelo capitalista, com provas de que as discrepancias entre os ricos e os pobres dilata-se mais a cada grao de areia de cai na ampulheta. E essa mesma areia cai cada vez mais rapido, a medida que produzimos mais e cada vez mais rapido. cada vez mais e mais rapido.

Alguns factos:

A agua desalinada para construir metropoles em desertos do medio oriente, dubai e companhias que nao se tem renovado...
14 mil toneladas de agua sao utilizadas para dar origem a 1 kilo de carne, 1/4 dessa quantia pra hidratos de carbono.
Pq e q ha celulite e obesidade hoje e antigamente o fenomeno n estava banalizado? Pq e que a incidencia de cancro e muito mais comum? Por exemplo o celeiro de vegetais da Europa e em Espanha, que dps distribui os verdes por todos supermercados Europeus. Antes deixava-se o solo repousar e fazia-se a agrigultura de epoca, hoje nao ha tempo, somos hiperbole, somos a mais e em excesso e com comportamentos fatalmente excesivos, e so servimos pra servir interesses corporativos, somos todos sobretudo, consumidores, cercados pelo modelo do dinheiro, que se apresenta no que diz respeito a nossa sobrevivencia e do planeta, obsoleto, retrogado e inutil (muitos vao me chamar de radical, ate maluco, mas vejam o documentario e dps falem comigo).

Agora, em Espanha usam fertilizantes pra estimular a terra, para os verdes crescerem
o ano inteiro, os "agricultores" q colocam o fertilizante no solo, tem fatos amarelos anti corrosivos, luvas e capacetes. O que e q esses fertilizantes tem?
ninguem sabe...isto e apenas um dos poros pelo qual o HOME transpira,vai bem mais alem, detalhando e mostrando com uma camera periferica, angulos estadio de futebol, grua e guindaste, com uma fotografia estupenda e uma narrativa comunicativa, clara e pouco tecnica todos os sintomas, da nossa doente doente bola azul.

Temos cerca de 10/20 anos na melhor das hipoteses, de criar um novo modelo de vida. Os buracos ja se sentem no edredon da atmosfera,
veroes cada x mais quentes e milhares de especies animais em risco.
Das coisas mais interessantes, e que ao vermos o mundo de cima durante cerca de 1h17 min do percurso desta obra-prima, e o quao pertencentes a natureza nos somos, e como estamos todos ligados e interligados num equilibrio transcendente, mas vivemos num modelo que nos ensina sobretudo a competir, a perpetuarmos o individualismo, que nos diz que quem aufere mais e melhor, quando e tao tao evidente que ninguem e mais q ninguem, e que status quo e essa luta doentia pela posse, e so uma ilusao.
Outra beleza do HOME e que teve sobretudo uma preocupacao sobretudo narrativa, nao aponta dedos, n ha moralismos nem conspiracoes...deixo-vos com
as palavras inicias do narrador...vejam e decidam o que fazer.

Tolstoi perguntou-me no outro dia: se estamos destinados a ser individualistas porque e que quando nos masturbamos, imaginamos interaccao?
porque e que quando os aristocratas n partilham a riqueza que tem morrem miseraveis e tristes? sem excepcao.
porque e q as experiencias so tem graca partilhadas ou escritas?

o debate do self vs. sociedade vai ser sempre uma das mais bonitas e intrigantes questoes filosoficas, ha certamente argumentos muito solidos contra esta que e umas das frases mais humanistas de sempre, e que condensa quica, um saramago, um marx, um sartre naquilo que mais queriam expressar...A questao que se coloca agora, e se e possivel unirmo-nos pra fazer as mudancas que se requerem, num mundo em que o self se tornou fascista e olha para ideias comuns como sendo sonhos, ilusoes e quimeras. Esse estereotipo ja cansa, toda pessoa que pensa em escala global e excumungada de hippie, camponio, sonhador e lunatico. Pergunto-me o que e os individualistas acerrimos estao a pensar agora que o mundo tem claramente um encontro marcado com o fim:

"a unica funcao do ser humano e servi-se um ao outro"
Tolstoi.


2 bilhoes (parece me algo exagerado este numero) de pessoas ja viram...e so abdicar do telejornal, novela, big brother e companhia 1 noite...e quem sabe, n e o momento mais importante do ano pra voces...

trailer: http://www.youtube.com/watch?v=G8IozVfph7I

dica em ingles: http://www.youtube.com/watch?v=jqxENMKaeCU

dica em PT: http://www.youtube.com/watch?v=uf8Nt759-y0


salvamarte

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Entrevista muito interessante a Jay-Z

Algo contextualizada ao percurso do Artista no Reino Unido, mas perguntas muito inteligentes e pertinentes.
Jay-z fala e carrega-se como um homem de 40 anos, coisa pouco comum no hiphop. Bonito de se ver.

Explora: politica americana, obama, racismo na america e a influencia positiva que o hiphop tem na sua irradicacao, influencias de jigga, o que jigga ta a ouvir (arcade fire e o mano ate foi apanhado num concerto de grizly bear, jigga tal como eu e fa de indie rock, fiquei parvo)

The Magna Carter

Will Jay-Z tone down his 'reality rap' now he's got Obama on speed dial? What would he play Noel G to get him into hip-hop? And, asks Malik Meer, does he really reckon he's the Kurt Cobain of hip-hop?

Jay-Z

Shawn Carter aka Jay-Z

In the back room of a north London recording studio Jay-Z is rolling a rhyme around his mouth. "What was it again? 'I've got 99 problems but the ... huh?'" he says, scanning the walls, desperately trying to remember. "'I've got 99 world problems but the ba ...' Damn!" Slouched on a sofa, Jay-Z - AKA Shawn Carter, the Jigga Man, the God MC, the self-proclaimed "black Sinatra" - is recalling the last time he pressed flesh with the president of the USA. The 39-year-old rapper had been booked to perform at Barack Obama's inauguration party but at the last minute, panic set in. Worried that the first lady and her daughters may not take kindly to his casual cursing, he quickly reordered the set, reworking the lyrics of some his best-known tracks including "99 problems but a bitch ain't one". "It was slick," he laughs, "I gotta get that to you."

A quick Google reveals the line was "I've got 99 world problems but a Bush ain't one" but the anecdote only serves to underline the extraordinary journey Jay-Z's taken and where he stands on the pop-cultural landscape. Thirteen years on fron the release of his debut album, his life story reads like a made-for-TV movie: Carter Jr grows up in Brooklyn's notorious Marcy Projects to a single-parent mother, starts dealing drugs, turns to hip-hop, releases his debut album himself; years pass and he's crowned the greatest rapper of all time, amasses a fortune through various business ventures, marries the hottest pop singer in the world and his friend and fan becomes the POTUS.

If you came across it on the Biography Channel you'd baulk at the predictability of the rags-to-riches, American-dream trajectory and flip channels. Yet his impact and influence is there for all to see. You can hear his God-given skills as a rapper on his best albums such as 1996's Reasonable Doubt (the self-financed debut), on 2001's The Blueprint and 2003's The Black Album. You can see it on forbes.com where it's noted that between June 2008 and June 2009 Jay-Z earned $35m from touring revenues and business ventures. It's on fan messageboards and MTV.com, where he was crowned the greatest MC of all time. It's visible in the charts where his proteges and signings Kanye and Rihanna (who both appear on new single Run This Town), and Ne-Yo run riot. And you can see it on YouTube when the future president, on the campaign trail, mimics Jay's Dirt Off Your Shoulder video by brushing metaphorical enemies off his shoulder.

Chattier and gigglier in person than his on-stage persona would suggest, over the next hour Jay will tell us why he doesn't do Twitter ("I'm a private person but I am a Twitter voyeur"), what his friend, the slain rapper Biggie Smalls might be doing now ("We'd be working together, we started an album called The Commission"), and what he's listening to (MIA, Arcade Fire, Drake and MGMT, who were originally pencilled in to appear on his new record).

But first, Jay-Z has taken it upon himself to give hip-hop a huge kick up its low-slung backside. If anyone can save it, Jigga man can. DOA (Death Of Auto-Tune), the blog-busting taster from the new album, The Blueprint 3, calls time on lazy MCs and the auto-correction tool popular with radio-friendly rappers. "I know we facing a recession, but the music y'all making going make it the great depression", he raps as fluoro-coloured outfits are blown to smithereens in the song's Zabriskie Point-inspired video. How could his friend and producer, the fluoro-favouring, Auto-Tune addict Kanye West not take it as a personal attack?

"Hip-hop is just about expression: he expresses himself one way, I express myself in another," he begins, quite clearly unthreatened by the prospect of one of Kanye's CAPS LOCK!!! ripostes. "I mean he's on the song; he says, 'That's too far.'"

The track is indicative of Jay-Z's belief that this is a time for action: "As a person at the forefront of my genre, it's my responsibility to make my contribution to correct it. If people see me being fearless with my influences, taking chances, then maybe everyone will go for it. I don't do it for the money, it's for the love of the music and the protection of it. It's like, 'COME ON, WAKE UP!'" he pleads. "This is a call to arms. If I didn't care I would make a record with Auto-Tune and keep going until one day we wake up and no one's listening to rap, like what happened with rock music. When everybody let the hair bands run crazy, rock went through that terrible period. Kurt Cobain was the anti-hair band." If this were his friend and fellow rapper P Diddy speaking you'd feel duty bound to laugh in his face. Or wonder if hip-hop needed saving. Yet, even though Jay-Z's last two albums were the sound of a coasting superstar, no other rapper has sustained a comparable career and stayed at the top of their game. The Guide's sneak preview of his new album, The Blueprint 3, suggests it doesn't quite scale the heights as effortlessly as the original Blueprint, but there's no denying the ambition.

Over here Jay-Z is best known for his triumphant 2008 Glastonbury performance, after the rock'n'roll bores ruled that a rapper shouldn't be headlining the UK's premier music festival.

"What a fantastic time, huh?" he beams, when asked how he looks back on it now. "Ha ha! It's a career-defining moment, like winning the first Grammy. It just felt like a barrier being broken and for the good. It was almost archaic to me. Like this is going on right now?" he says, still bemused that anyone, never mind Noel Gallagher, would question his validity. "What are you talking about? It's all music. I may not play instruments but I have more words in one verse than you have in an entire song. I can say that, I have an argument."

At the time, he said he'd like to sit Noel down and teach him about hip-hop. What would he play him?

"So many different albums. I'd play him NWA [Straight Outta Compton, 1988] so he could really understand the angst and what was going on in LA at the time. Because hip-hop is not just, 'Fuck, bitch, shit, ass, motherfucker.' You know, understand that the riots were happening, and LA was burning, and these kids were in the hood in Compton and the cops would just drive by, beat them up and then drop them off in an opposing gang's neighbourhood. That's deliberate; like, you could die. This is real, this really happened. So when you hear a song like Fuck Tha Police, that's not because they think they're tough, that's because they've been beat and they're fighting back."

As well as Tupac, Biggie Smalls and Dr Dre, Jay would also make Noel listen to the original God MC, Rakim, to teach him about intelligence of the rhymes; to show how far ahead of his time Rakim was in the late-80s. "When people was rhyming [raps] 'I don't care, the rocks ya'll wear' he was using couplets like [raps Let The Rhythm Hit 'Em] 'I'm the arsenal/I got artillery/Lyrics of ammo/Rounds of rhythm'," he pauses for breath. "It was mind-blowing that someone was doing this."

Aside from the ensuing media storm, rumours that he would be arriving at Glastonbury by mega-bling helicopter disturbed him too. "It was just not true," he stresses. "If I was in the club and I had 30 bottles of champagne and I was celebrating, then say that. But if I came on the bus then don't say I came in a gold-plated helicopter because I know what you're doing at that point. I'm all about intention."

What does he think the intention was?

"The intent was, 'These foolish black guys who spend too much money on things and they think they're all this and that.'"

Noel aside, there's another N-word that triggers a passionate outburst. In 2007, rap mogul Russell Simmons and political activist Al Sharpton gathered in Motown at the NAACP's annual convention to give the word "nigger" a symbolic funeral. On Jay-Z's new album the word can be heard as often as it can on many other rap records. Did he think twice about using it? "It's not an issue for me at all," he says, shaking his head. "I think people give words power and a racist is a racist; if you eliminate the word 'nigger' he'll say 'monkey' or 'jigaboo'. What we had done in hip-hop is we defused the power of the word and changed it into a term of endearment. I know a lot of people don't buy that but that's just what you have to accept."

It's the racist mentality that people should be attacking, he says, and the energy that's spent focusing on the word denies hip-hop's socially cohesive powers. "I think hip-hop music ironically had a big play in the home," he reasons. "Racism is taught in the home; you're taught racism as a child. But it's hard to teach racism when your child is partying and listening to black people."

Similarly, he refuses to follow the growing consensus among black America's cultural power-brokers (Oprah Winfrey, Bill Cosby, Spike Lee et al) and condemn gangsta rap. Admittedly, he has a vested interest, but condeming it is a cheap shot as far as he's concerned.

"Put it like this: everything is birthed from somewhere real, right?" he says. "These emotions and this anger and this angst in reality rap is coming from a real place. People in those circles try to dismiss it, but you can't because it's part of culture. They only attack hip-hop because, and I hate to sound like a cynic, but this is all done for publicity purposes, right? You don't attack the real issue; you attack the thing that's popular."

Which is why he had to tread carefully during Obama's campaign. The incoming president's image loomed large over Jay's live shows last year; at Glastonbury it was used in the Oasis-baiting intro video to suggest that the times were a-changing. He and Barack have spoken on the phone recently but Jay-Z says he knows when to back off. "I didn't want the association with rappers and gangsta rappers to hinder anything that he was doing," he says. "I came when I was needed; I didn't make any comments in the press, go too far or put my picture with Obama on MySpace, Twitter, none of that."

Having conquered the music and business worlds, the Bio Channel trajectory would surely end with Jay-Z running for office. How long before he crosses over?

"Nah," he says, quickly batting away the suggestion. "People are held to such a standard and that's just not real or true. In a field like that the truth is not as important as the perception of who you are. The only reason I've been involved in any politics is because the hope of Obama is bigger than politics. It got to the point where we weren't living out our tag line: you know, 'America, home of the free'."

He pauses.

"Maybe now we can have some type of dialogue and get back to a normal place."

• Run This Town is out on Mon; The Blueprint 3 is out on 14 Sep


fonte: the guardian online


salvamarte

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Hiphop DX: cronica integral sobre a KOCH records


Parkbench Studies: The Graveyard’s Shift
http://www.hiphopdx.com/index/columns-editorials/id.1390/title.parkbench-studies-the-graveyard-s-shift/p.1

Apanhei esta cronica no hiphopdx.com e das melhores que li ultimamente>
Fala de todo o percurso da KOCH Records, desde a sua fundacao em 99 ate a actual data.
Jake Paine e um dos melhores cronistas do site e do cenario de criticas de hiphop americano que tenho visto.
O mano enfatiza essencialmente 3 periodos que destinguem a linha de vida da KOCH:
A genese, em 99 ate 01 foi memoravel, provavelmente a altura de maior saude da editora, contou com os lancamentos de KRS-ONE - sneak attack e KOOl G RAP a partir do negligenciado pelas Majors Giancana story.
Atraves do sneak attack produzido sobretudo por Domingo e Pete Rock, a koch viu o periodo de maior sucesso critico
e comercial.
A filosofia que predominava ontem e a mesma que lidera hoje, uma politica laissez-faire em que o artista goza de rigorosamente nenhuma restricao, senao o cumprimento de datas. Oferecem royalties bastante vantajosos aos Artistas porque nao investem dinheiro em promocao e marketing. E precisamente por nao investirem em marketing, ou seja, em mercados imergentes onde as Majors stressam o seu mercado, que so assinam Artistas estabelecidos. Ha quem argumente, fracassos do maintream e old timers. Esta mesma filosofia marca a segunda fase da KOCH registada por niveis de qualidade musical, vendas e defice critico tao podre que em 09 decidiu mudar de nome, a nova embarcacao passa por E1 entertainment.
A estrategia da KOCH descrita acima e inteligente, "baza apenas contratar niggas com nome pra nao termos de fazer grandes gastos comerciais e termos retorno suficiente pra lancar outros artistas e ainda fazermos algum lucro" lindo.
O unico problema e que nao se preocuparam com criterios, toda gente podia lancar-se pela KOCH quando inicialmente era apenas uma rota para que os "Artistas de culto" como KRS e G Rap que nao tinham espaco no mainstream trilharem caminho na cena indie. A KOCH mudou a politica e disse que nao queria ser uma RAWKUS, uma editora utopica que so apostou em musica de qualidade, mas uma editora de todos os artistas que quisessem lancar discos nela, permitiu que a NO LIMIT mesmo apos ter perdido o seu impacto na pop e a guerra publica com a CASH MONEY, despejasse todo o lixo dos seus cantores no quintal partilhado pelos artistas de qualidade que ja tinha, essa jogada desiludiu qualquer um que pensava que estavamos perante uma Stone Throw, Roadrunner ou DEF JUX. A KOCH Sempre teve uma politica de nao interferencia na criacao Artistica, niveis ridiculos de liberdade, que resultou em projectos de qualidade diarreica nos ultimos anos, sobretudo em comparacao com o registo previo do seu catalogo de Artistas, o Prodigy, o Havoc, AZ, Dogg Pound, Skillz todos eles tem trabalhos de merda editados na KOCH, como eles ha muitos outros. Nem os proprios artistas da KOCH levam a KOCH a serio, tratam os albums como mixtapes ou side projects clamando estar na KOCH apenas como uma plataforma de lancamento temporario, nem todos, apenas grande parte :) lol. Mas a KOCH nao se parecia importar muito com esse estatuto de "editora de lixo", "graveyard" alcunha de 50 cent e "sem criterio" ate esta recem nascida e terceira fase...
A terceira e nova fase da KOCH baptizada agora de E1 entertainment. Supostamente a politica e a mesma so que vai haver mais criterio nos lancamentos e na escolha dos MCs - Slaughterhouse foi o primeiro e os rumores circulam que esta interessada nos direitos de "greatest story never told" do SAIGON (um mito de album produzido pelo just blaze, que nunca viu a luz do dia) , Bishop Lamont - Reformation e o Cormega - urban legend na mesma situacao de limbo, concluidos, esperados por bolsas de fas mas sem data de saida por desacordo editorial. Seria bonito.
Verdade seja dita, nao existem instituicoes perfeitas, em plena era digital, editoras nobres e lindas como a Rawkus, a minha editora favorita de sempre sao utopicas. Mesmo a Rawkus, veio a descobrir-se apesar de so ter apostado em talento puro, mantinha um controle rigido sobre a producao dos albums, coisa que a Koch nunca fez(talvez ate em excesso). A propria Google tem as suas limitacoes e certo, por isso temos de acarinhar a KOCH, que apesar de algumas escolham graves, como a da no limit (toda gente sabe q o rap passa por fazes e modas, era notorio ao virar do seculo para qualquer atrasado mental que No limit nao tinha como durar), sempre deu espaco pro hiphop se manter vivo e ter pelo menos uma plataforma de visibilidade e lancamento. Num espaco de 10 anos a KOCH lancou 4 ou 5 albums consistentes diria, KRS one, G rap, pelo menos 1 dos MOP e albums da WU e 2 classicos, Death is certain do Royce e The brick do Joell Ortiz, ha quem argumente que e muito pouco pra tanto lancamento. Eu argumento que se nao fosse essa politica de lancamento destructurado, se calhar nem haveria mais hiphop, porque muitos dos artistas que passsaram pela KOCH conseguiram melhores deals mais exposicao e manter a carreira a nivel de agua sem nunca afundar. Por isso props pra KOCH.
Durante o periodo do Jim Jones como director da Koch, outro erro, assim como aquele que descrevi como a segunda fase da editora cometera-se decisoes pauperrimas, todos os artistas do catalogo foram excumungados da radio e da tv como sendo "nao relevantes" e pertencentes a editora de lixo e de ausencia de qualidade, com a excepcao do Fat Joe e dos Diplomats, ate o J R Rottem que aparentemente andou com a Britney lol. Ao que parece este resurgimento promete mais rigor, o single "the one" dos Slaughterhouse teve air play minimo no meio das playlistas com as ladys gagas e mudas e video alguma rotacao televisiva. Pode ser que seja possivel fazer-se carreira na KOCH. O Papoose e o Saigon podiam tar la se tivessem um pouco mais de humildade e se gostassem tanto dos fas como dizem...Props a KOCH a ultima linha de defesa do HipHop.
Salvamarte


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Férias




Tou no Rio depois vou para L.A. e N.Y. , quero-me enfiar na natureza e nas cidades, estudar o mundo e não me apetece de todo tar aqui a fazer posts ou a ter contacto com telémoveis ou internets.

"Não há nada melhor que conhecer pessoas novas e viajar"

Al berto.

Devo voltar com força em Agosto.


p.s. Travel blog - O www.afroditeinlight.blogspot.com - vai potencialmente servir de diário de viagem. Depende da inspiração. Os kambas tão-me a pressionar, tou à beira de sucumbir...
a ver vamos

fotos - Hugo Salvaterra

Salvamarte

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Slaughterhouse - O grupo mais talentoso da história do Rap Americano









Slaughterhouse - A industria tá em crise, essa historia do liricismo e ser MC é dos anos 90, agora a solução passa por ser um ring tone rapper/toques de telemóveis, vender 500,000 unidades e ir pra reforma, ou andar a simular ser cantor de borracha e musico de brinquedo com a paranónia que mais tem definido a segunda metade da decada de 2000 no rap: o uso dos sintetizadores e da máquina que corrige notas ao criar uma sonoridade metálica e robótica, o auto-tune.

Face a essas adversidades o Joe Budden fez um estudo do underground e decidiu recrutar os melhores rappers a cuspir pra criar um super grupo então Crooked I, Joell Ortiz, Joe Budden e Royce da 5´9 decidiram somar as forças e juntos vão pelo nome de Slaughterhouse. Um super grupo, de super Rappers, super liricos, super esfomeados pra partir beats e vingarem-se desta vez no underground e na internet, da industria que os excumungou e que insiste em não deixar o talento triunfar.
A tactica é simples os melhores beats que têm surgido e se tornam hits, eles agarram esticam o beat tiram o refrão e cospem geralmente entre 60 e 100 barras melhor que o Artista que fez a musica. A maior vitima tem sido o jay-z, "brooklyn we go hard" e o "death of auto-tune" foram ambos esmagados pelo Royce e pelo Crooked, de uma forma que quase envergonha o jigga -

http://2dopeboyz.okayplayer.com/2009/06/17/royce-da-59-doa-redemption/

Se estivessemos nos anos 90 a excitação derivada da união destes mcs seria digna de uma peregrinação a Meca por toda a comunidade do hiphop. Mas o ano é 2009, onde já não há espaço pra liricistas no mainstream e as vendas pelas razões tecnologicas e da banalização passaram da obesidade à anorexia.

Ainda assim há motivos pra felicidade porque temos em mão aquele que é em teoria, o grupo com mais talento em toda história do hiphop. Todos eles a solo, são outcasts e fracassos da industria mainstream então decidiram fazer a festa da redenção como os Reis do Underground, a editora (Koch) nem interessa porque são os chefes da internet, com mais downloads (mixtapes, mp3s, video-concertos, entrevistas, freestyles etc...) que qualquer MC, underground ou mainstream e para variar, o buzz deles vem com toda a legitimidade, substância e proposito.

Um pouco do Historial daquele que é facilmente, o colectivo mais dope de todos os tempos:

Royce da 5´9 - O Eminem negro, não dá pra falar de royce sem falar de Eminem. Ele e o slim shady cresceram a rimar juntos em Detroit e fizeram um par de tracks de livre estilo classicas - Bad meets evil e Scary movie. Estilo de track tipico do indie dos dourados anos 90, rimas duplas e livre estilo, a decada mais doente do rap.
Já nessa altura se dizia que o Royce era o unico nigga capaz de varrer o Eminem numa track, havia certamente outros mas essa competitividade amistosa que Royce e Em partilhavam era bonita de se ver.
O talento de ambos para o estilismo, construção de frase e word play é igual, não é justo dizer que um é melhor que outro, a escola e o talento bussal bronzeou-os da mesma forma.

A diferença entre ambos esta no facto de Royce ser apenas um dos melhores rappers de sempre, com metricas e jogos estilisticos interminaveis, sem nunca se preocupar muito em fazer temas ou transcender o papel de gun talker e o hood gambino assim como uma clara dificuldade em construir musicas. O Eminem por outro lado é um criativo, um artista, criou heteronimos, um gimmick e em vez de ser um seguidista dos tempos como o Royce, foi original ao abordar temas biográficos e narrativas que exploram o mundo das drogas, obscuridade e todos os tipos de violencia: doméstica, infantil, académica e todas as outras possiveis e imaginárias assim como o mundo da paranóia sempre com um equilibrio genial entre a ficção e a realidade, diambulando entre o drama e a comédia fazendo-nos rir e chorar a cada album classico.
O Royce da mesmo pena, porque toda gente sabe que ele a nivel de cuspir rimas não deve nada ao Shady. O Eminem puxou-o pro mainstream, mas o album foi flop, porque Royce foi tentar "bater" com hits ao invés de se focar naquilo que sabe fazer melhor. Continuou carreira no underground com altos e baixos, e graças ao dj premier (boom) e ao classico indie "death is certain" redimiu-se e solidificou-se como um dos maiores estilistas, discutivelmente o maior estilista de todos os tempos, mas o que é certo é que vai pro hall of fame como um dos maiores rappers a partir beats e se calhar o mais dotado a alguma vez partir um beat do Preemo.
Tras musculo a slaughter, ta menos estilista, ta mais preocupado com temas e cospe com menos flow e mais impacto lirico é sempre excitante acompanhar a carreira do royce. Uma lenda.

Crooked I - O percurso do Crooked é muito especial e é esse percurso que faz dele um dos maiores livre estilistas da estória do Rap Americano. Nem é ousado dizer que, Crooked I é o maior livre estilista de todos os tempos do rap. Enquanto que Royce é o campeão das metricas, crooked é o campeão das metricas e do impacto da west coast. O percurso é estupendo.
cuspiu versos com os maiores liricistas da decada de 90, ou seja, os melhores de sempre, frequentava os circulos dos gangsta rappers, a ponto de ter sido um dos meninos bonitos da Death Row, só que a produção do album coincidiu com o inicio dos problemas do Suge Knight, que era então o CEO da DR, maior editora da west coast na altura.
Ao mesmo tempo que andava nos calcanhares dos snoops e 2pacs, girava os cyphers do underground com os niggaz do wake up show: canibus, ras kass, eyedea, chino xl etc... então bebeu de ambas as fontes, a arte de fazer musicas e de ser MC. A diferença entre o Crooked I e todos as lendas de livre estilo que mencionei Canibus, Chino, Eyedea e Ras é que para além de ter uma profundidade de recursos estilisticos semelhante (metaforas, comparações, ironia etc...)
tem uma versatilidade de flow que jamais se viu nos outros mc´s. O Canibus, Ras e Chino fatigam porque apesar de brilhantismo lirico sem paralelo, tornaram-se chatos com vozes monocordicas e entregas unidimensionais. O Crooked tem o mesmo impacto lirico mas aborda os beats com flows de todos os ângulos e mais acrobáticos que o circo chen. Outro fenómeno, outro fracassado que poderia ter sido um Eminem ou um Snoop. Se compararmos o talento do Snoop com o de Crooked, até dá pena, mas a realidade é que Crooked é um mc de mc´s, um rapper que os rappers curtem tal como Royce. A carreira dele tá a atingir o pico agora, desde que lançou a serie classica: "hiphop weeklys" em que partiu um beat todas as semanas durante ano e meio. Essa serie ressuscitou-lhe a carreira e definiu-o como um dos maiores Mcs de todos os tempos - são cerca de 55 musicas e nelas estão todo o tipo de flow que se possa imaginar e um liricismo digno de qualquer rapper a alguma x cuspir no wake up show. Um dos melhores e mais inspiradores projectos de musica que alguma vez ouvi na minha vida.

O crooked é um MC que deve ter sido raptado por aliens quando era miudo porque não há palavras pra descrever o que ele consegue fazer em cima dos beats.


Joell Ortiz -O destino do hiphop tem sido repetitivo em abençoar os bagudas e obesos como Deuses da rima, tivemos o Big Pun, o Biggie e agora temos o Ortiz, o fenómeno das rimas de brooklyn. O Ortiz é a reencarnação do biggie mas é um computador mais avançado, derivado dos tempos modernos, o processador é mais rápido e a memória é mais robusta. Ele é no fundo o mais azarado dos integrantes da slaughterhouse, enquanto todos tiveram oportunidade de lançar um disco no mainstream ele não teve, veio na era errada. O Ortiz nasceu em 1980, e foi resgatado pelo Dr. Dre mais ou menos na idade que o Eminem foi, assinou um contrato com a aftermath e tudo parecia estar encaminhado, até ter sido instruido em 08 pela interscope que só poderia lancar o debut album no mainstream, depois do Relapse do Eminem (na altura nem tinha data de saída ou titulo) do ultimo album da carreira do 50 e do Detox que está pra sair a quase 10 anos. A solução era habilitar-se a esperar 10 anos ou sair e fazer carreira indie. Escolheu bem, em abril de 08 rescindiu o contrato, desde então lançou um dos albums mais solidos de 07/08 "The Brick: Bodega Chronicle", ta no super grupo e lançou este ano a mixtape classica - "Joell Ortiz covers the classics" onde faz covers de classicos do hiphop. O Ortiz contrariamente aos restantes membros do grupo, não perde muito tempo a fazer livre estilismo é mesmo a simbiose entre o Pun e o Biggie, preocupa-se em fazer temas, usa bué recursos estilisticos e no entanto é bué transparente. Escreve temas biograficos de fazer chorar e simultaneamente da dicas mais cómicas que um stand up. É a par do Papoose o rapper de nova iorque da nova escola mais dotado e que mais merece tar no top do game. Ele é mesmo fenomenal a cuspir.

Um par de classicos do nigga:

125 grams part 4 - Resumo da vida dele. Um dos melhores sons biograficos que alguma vez ouvi.



125 grams



Joe Budden - Budden e a personificao do "average rapper". Tem algumas frases engracadas, uns temas giros, mas no topo das suas capacidades, mesmo nos dias em que mais transpira, fica sempre aquem do arsenal dos seus parceiros.



Escolha de beats mediocre/media, flow average, rimas average, temas average e quando e mais aventureiro e criativo nos temas parece que tem mais olhos que barriga, como no primeiro single do seu ultimo esforco: "padded room" 09 - in my sleep:





Narrativa engracada, mas confusa e sobretudo, sem proposito. A historia acaba como comeca sem principio meio ou fim. Budden e um rapper giro, mas limitado, particularmente insipido quando cospe com a Slaughter. O que o Budden tras a mesa nao e artistico, mas estrategico, ele e um genio de marketing. Depois de ser despedido algo injustamente da Def Jam, geriu os beefs e os timings de resposta de forma extraordinaria, criou a sua editora digital, em que nada tem formato fisico - amalgalmdigital.com , a joebuddentv.com, onde lanca todos os seus albums e projectos de forma independente e quase sem custos. Conseguiu a partir desses mediums estabelecer-se e manter a chama acesa no rap, namora com a tahiry, uma video/pin up girl com um booty que excita a comunidade do rap como as mamas da pamela excitavam as massas na era do Baywatch. Budden e uma licao a muitos rappers que ainda andam ai a sonhar, a prostituirem-se e a formatarem-se pra chamar atencao das majors. A ideia Slaughterhouse e dele...se isso nao e marketing genial, nao sei o que deve ser.

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Slaughterhouse o album



O album saiu dia 11 de Outubro - e vendeu 18,000 copias na primeira semana, o que nao sendo catastrofico tambem nao chega a ser bom. Uma coisa e certa, eles foram Reis da internet no periodo que culminou ate ao lancamento do album, mas internet fans nao compram albums fazem downloads, isso deve ter afectado imenso as vendas.
Quanto ao album, ta um album mediano. A quimica ta la de vez em quando mas tem lacunas fundamentais, falta rumo, slaughterhouse tem de tomar uma decisao, que e se querem usar a crew pra catapultar as suas respectivas carreiras a solo, ou se querem estabelecer-se como a WU da nova era geracao, ao ouvir este album parece que optaram pela primeira.
O album nao ta raw nem pop, ta ali num ponto intermedio, que nao agrada gregos e troianos. Se ha coisa que detesto no rap sao essas formatacoes, o jay-z faz albums de massas o R.A. the rugged man, o Technique e os Little Brother por exemplo fazem albums de culto, props ha uma coerencia nisso, agora fazer um album whateva sem publico alvo e quanto a mim um erro atroz e uma das maiores decepcoes do ano. Este album foi uma derrota pro hiphop. Formatado, todos rimam em todas as musicas, temas banais, rimas banais, (atencao que digo isto em relacao ao nivel destes rappers) beats banais, resultou num album banal que nos vai cair na amnesia antes do ano acabar.

Futuro...
So ha uma forma de slaughter bater num futuro proximo, e isso vai pela trajectoria que fez com que se unissem em primeiro lugar - fazer musicas de 6 min se for preciso 8 minutos ao estilo do seu classico de rua - move on, criar uma sonoridade ter um Rza um Preemo, um Madlib um Kanye ou um Q-tip, se isso nao for possivel, ao menos que escolham beats fora da norma, tem acesso a dezenas de productores desde o 9th wonder ao oh no! nao terem usado esses recursos embasbaca-me. Ficaram-se pelo fardo, beats do alquemist average etc...O dj khalil foi uma boa escolha, e dos niggaz mais fresh que anda ai, e o sample do lenny kravitz no "one" deu-lhes um momento e carisma muito proprio, deviam ter contratado o khalil pra produzir a cena toda talvez. O Drake, por exemplo nao tem o buzz que tem este ano apenas porque e bom a rimar e a fazer sinergia com o r&b e pop, mas porque tem um produtor exclusivo, que lhe da essa visibilade sonica que nao da pra fazer paralelo. O hiphop so vai poder voltar a ter mistica quando deixar de ser tao diluido e igual, parece que eles moram todos na mesma casa e isso ja fatiga.
A crew da Slaughterhouse tem de voltar a ouvir Wu Tang, que sao uma especie de pink floyd do rap, eternas lendas, porque tal como os floyd aprecerberam-se que a individualidade sonora e a nao formatacao tem muito mais relevo e longevidade que a "moda". Manos tem de cuspir sem pensar em formato playlist, sem pensar em vendas, radio, fama e "se a musica vai bater quanto tiverem em palco", tem de cagar em refroes, especialmente esses refroes burros como o do cuckoo e esses interludios sem graca. Errar e humano mas cometer o mesmo erro sistematicamente e burrice.

Este album foi a desilucao do ano, nos moldes do super grupo HORSEMEN - Kurupt, Ras kass, Canibus e Killah Priest a uns anos atras, nao sendo um mau album, esta longe de ser bom, a diferenca entre os HRSM, e que isto nao e um side project, e pra continuar, por isso a ver vamos...o talento esta la, falta acertar na estrategia..
Salvamarte

sábado, 13 de junho de 2009

Documentário sobre Sam the Kid: Dicas no vinil


Dicas no vinil













O Sam é um case study. A sociedade condiciona-nos e a pressão colectiva geralmente é autoritária ao influenciar o que devemos fazer, como fazer, como devemos viver e quais os critérios que nos validam.

O Sam fez a rota dele sem manual e seguidismo e parece ter um escudo sobre ele, que o torna imune aos "quereres" e "precisares" das pessoas banais, porque optou viver religiosamente em prole do ideal de perseguir melodias e batidas. E esse mesmo ideal moldou a sua filosofia de vida, tornando-o numa das pessoas mais originais e autênticas que alguma vez conheci: Quando a maioria das pessoas se vai deitar é nessa altura que o Sam pica o ponto, calça as luvas operárias e vai trabalhar na caixa de ritmos, é à noite que ele cria. Diz-me que não lê e não tem hábitos literários mas é mentira, não conheço pessoa que tenha lido mais revistas de hiphop, sources, elementals etc...Ele tinha um caixote à porta de casa com centenas de revistas, uma autêntica biblioteca de hiphop, também já o apanhei a ler a ocasional revista "cor de rosa" que a Mãe dele tem o hábito de comprar. Não tem, nem está muito preocupado em ter carta de condução. Raramente sai, um autêntico eremita com hábitos isolados e solitários. Não tem internet e sabe tudo que se passa antes de todos os outros. Mas isso tudo são pormenores até passares algumas horas com ele, porque é aí que te apercebes, tal como o NBC disse no documentário, que essa filosofia de vida, essa forma de viver ao contrário da sociedade em nome da musica, vem...sem esforço. Naturalmente. Muitos esforçam-se pra ser artistas, o Sam é artista visceralmente e quem tá de fora acha que essa noção parte do seu génio para a criação de instrumentais. Mas isso é apenas uma fatia do bolo, a obcessão em filmar coisas memoráveis, a atenção para o detalhe, as dicas com se sai em determinadas conversas, os seus interesses e desejos íntimos, a forma como cospe as rimas, a sua postura e personalidade fazem dele um Artista. Sam é realizador, crate digger noctívago, produtor, Mc mas a soma de todas as partes cria uma dica mesmo especial.

Todos os amigos dos Sam têm um "momento clássico do sam" pra contar, quer isso derive da música ou da forma peculiar como vive e das peripécias de que dái advêm.
O meu veio quando cuspimos juntos em 07 na faixa "tributo". Tinha um exame saí da faculdade já atrasado e quando cheguei à casa do xeg ao rendez-vous, o Bob já tinha cuspido o verso dele assim como o Sam. E só soube que tinha perdido uma coisa especial quando o Sam decidiu que a voz dele não tava fixe e tinha de regravar. No dia da re-gravação do verso experiênciei uma cena que mudou o meu percurso de Mcing pra sempre. A intensidade com que ele regurgitava as palavras, as dobras, a energia que ele impria e as caretas que acompanhavam cada silaba foi uma dica que nunca tinha visto. Depois disso abriu-se uma nova porta pra mim que eu nem sequer imaginava que havia em termos de execução de rap. Eu sempre fui fã de passar emoção nas tracks, o Eminem sempre me excitou bué a nivel de interpretação e ver o Sam a fazer aquilo foi mágico. Daí a concluir que o Sam não é apenas um produtor genial mas um dos rappers mais dotados também, e essa combinação é fenomenal.

No outro dia ouvia o kweli a ser entrevistado e ele estava a descrever como o J.dilla criava, descreveu episódios da sua obcessão musical, processo e carinho na confeição dos beats, e eu pensei pra mim próprio "damn é que como se ele estivesse a falar do sam". Impressionante.



Salvamarte

domingo, 7 de junho de 2009

Brasil e a arte da comunicação: Luís Carlos Prates




Morei 3 anos no Brasil e pude nesse periodo testemunhar o profundo talento que eles têm para a comunicação. Esse talento transpira sobretudo na comunicação social. Não há paralelo em toda lusofonia, só se pode comparar esta eficácia, dramatismo jornalistico e até mesmo produções fictícias (quem nunca viu uma novela brasileira?) com os Estados Unidos, que inventaram a televisão e os tablóides como nós os conhecemos.

Desde aos reality Shows fast food(big brother, aquele outro em que convidam uma vagabunda a seduzir o marido/mulher) aos programas jornalisticos (Fanstástico etc...) ; revistas de publico alvo adolescente, tablóides triviais espécie caras, às produções fictícias: novelas, documentários e sitcoms a intensidade dramática, profissionalismo, entretenimento e impacto dramático é devastador.

Apresentadores estilo Dimingão do Faustão lol, radialistas, comentadores de futebol, artistas, são muitos deles gigantes da comunicação.

Hoje sabemos que devido aos estudos de Albert Mehrabian que: 55% da comunicação é não verbal, ou seja corporal, sendo a restante partilhada entre a fala e entoação/forma como se cospem as dicas.

Os Brasileiros, esterotípicamente, parece que tiraram um mestrado nessas àreas comunicativas: fala, gestos e entoação. Até nas lojas, cadeias alimentares e transnacionais sente-se isso (peço desculpa pela estereotipia mas esta noção é quase senso-comunal) e se tiver de ser alguma coisa, aconchega-se mais a um elogio do que qualquer outra coisa.

Eu sou bué fã desse dom.

O dificil é determinar o porquê e de onde vem esse toque de midas comunicativo.

O Brasil é um país que deambula entre o primeiro mundismo e o terceiro mundismo, sólido ali, entre uma coisa e outra. Já tiveram de tudo a nível governamental, totalitarismo, socialismo e continuam no braço de ferro típico dos países que têm bué de recursos: entre deixarem-se violar pelo G8 e respectivas ordens mundiais económicas (banco mundial/Fmi etc...) e desenvolverem as suas próprias empresas com o apoio do governo para competirem no mercado internacional. Eles chamam essa dica de protecionismo, que deriva da teoria da protecção endógena, que visa aliar o governo e os empresários num esforço conjunto para elevar o Brasil a outros patamares económicos e socias, isto com as suas próprias empresas e recursos, tendo como parceiros os outros colossos da America Latina(Merco-sul).
Em teoria com tanta cultura, recursos e potêncial turistico o Brasil deveria ser uma das maiores potências Mundiais. Mas é precisamente nesse departamento que o Brasil mergulha de cabeça no terceiro mundismo, as parcerias entre o estado e os empresários, as empresas nacionais que deveriam catapultar o Brasil para o cimo, os impostos, educação, instituições, tudo que é de cariz publico e até privado em grande escala é vitima de perversão política e corrupção. Mas uma corrupção tão troglodita, que envorgonha até a grande maioria dos países Africanos. Niggaz não sabem mesmo cooperar, organizarem-se e dividir, o que dá mesmo pena é que há tanto potêncial e na mesma medida tanta fome, negligência e desigualdade.

Daí o meu espanto no que toca ao génio em expressarem-se. A Lusofonia tá a anos luz desses manos, assim como a maioria dos Países que visitei. Sou fã de bué apresentadores, artistas, radialistas e jornalistas. Luís Carlos Prates é um Kota pelo qual conservo muito respeito, um entre muitos no Brasil que personifica a arte de comunicar, reparem nos gestos, na colocação de voz, nos maneirismos, parece que teve aulas de retórica na Grécia Antiga. Impressionante:




O Marcelo Rebelo de Sousa é foda, intelectual pesadíssimo, provavelmente mais dope em conhecimento e também mais dotado cognitivamente que Prates, mas duvido que possa competir com a eficácia comunicativa dele. Seria engraçado vê-los num debate. Estilo filme Frost/Nixon(Ron Howard 2008) com cobertura nacional e aparato mediático.

Deixo-vos também com o video do Homem a comentar sobre o sistema educativo Brasileiro e as Pós Graduações:



Implacável! sintam a intensidade, as acelerações, mudanças de entoação e os gestos. Este mano é MC!

e o Preservativo:



Mochileiro de chapéu virado! ;) - Se calhar moralista demais pro meu gosto apesar de concordar com tudo, mas não se trata do discurso, trata-se da forma como ele veicula a mensagem

Léxico: Brasil país de grandes comunicadores/arte da comunicação/Economia Brasleira/Luís Carlos Prates



Nas - Illmatic - faixa 7 pra vocês - One love

Salvamarte




--..--
Luis Carlos Prates, devia ser, Luis Carlos Parte. Mano é dope!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Lauryn Hill - O aniversário da Diva



No site de uma amiga jornalista: www.soulculture.co.uk (grande site passem lá) gerou-se no ANIVERSÁRIO DA LAURYN HILL, um debate interessante sobre, porque é que ainda não houve nenhuma artista feminina na musica negra a ter o impacto que ela teve?

assim como

Porque é que o Miseducation of Lauryn Hill é um dos melhores albums de sempre?
Como fã, cheguei a esta conclusão -
(desculpem estar em inglês)


Lauryn hill´s miseducation is a classic:

1. It´s the first female Singer/rapper album to see the light of day in a major label/mainstream scene

2. Classic production - eclectic as a rainbow but still homogenous, in a sense that no matter what pop, reggae, soul, doo wop feel the track had it always had irrefutable hiphop flavour, whether the appeal came from boom bap beats or beat boxing or groove. One of the best albums ever produced in the genre, arguably only "back to black" can match it and took how many years? moving on

3. Lauryn Hill is a genius. Why? There are many reasons. the first is consensual, she has one of the most amazing natural voices ever. It´s effortless, like nina simone you can see or i mean, feel it´s not forced, it´s visceral, pure, it´s something only a few are born with, and can´t be taught, it´s not falsetto or whatever techincalities are used. I love Maxwell and D´Angelo these men are geniuses, but they´re professional singers who have learned to instrumentalize and adapt their voices through technique. Lauryn is a different case. I can parallel it to Amy Winehouse, it´s theirs, one in a million, but to compare Lauryn to Amy no matter how much talent the crackhead musters, is blasphemy.

4. Lauryn is still the Best there ever was out of the soul/hiphop/r&b genre, will probably continue to be for many years and has already secured legendary status. and I´m a fan, a stan and cult follower because Lauryn, transcends race and sex she is androgynous and one of the most complete artists do ever do music:
Her voice is robust, masculin, powerful and yet, frail, pure, and profound which are female traits. This duality is felt, not only in her vocal chords, but in her delivery, melody and thoughts. She was a better rapper than wyclef and Pras, lol, it´s not everyday that we see a female become hegemonic in the male and often mysoginistic world of rap, matter of fact it was unprecedented, and still is.

5. Lyricism - The Evaluation between Lyrics of singer/songwriters can´t be the same as the analysis of Rap lyricists it´s a different world. The impact and relevance words play in rap are much more than in the "conventional music" realm. Thing with Lauryn, is that she was phenomenal at both (singer/songwriting - rap). There has never until now, male or female, a more competent singer/rhyme slinger. Damn I don´t even know if in the "singer" category if there has been a better female singer, no disrespect to India Arie, Jill Scott, Mary and Badu. I don´t think so. And in the rap department as I said the rules are different and the females spitting are rare, unfortunately, due to male set rules and clichés that are fascists in the game. For a female rapper to get a major label deal has to be a sex symbol or advocate for dance music. But that´s no excuse, no matter the lower competition in number, the cadences, profound themes(political, espiritual/holistic, love even philosophical subject matter on the unplugged) plus the stylistic prowess of Miss Hill is unmatched. The only female MC to have dropped albums that is a better MC than Hill, and I´m talking about MCing not ability to make better records or singer, is Jean Grae.

6. The Image/Style - What Hill represented to the black community. She was the only black female sex symbol/intellectual. Up until today she´s still the most iconic and for the larger audiences the only one there ever was. I´m not talking about the mulato, mixed and light skinned black women - Badu, Jill Scott, Alicia Keys, Beyoncé, Mariah etc...These women are black, yes, but not like Hill. There are millions of black kids like Hill that want and prey for representation in the world of hollywood, flash&camera and the music industry, but unfortunately in fascist media, white,light skinned women are the standard...But our Rasta was so incredibly beautiful and unique that even in this department she broke the barriers.

7. It was a conceptual album, an eclectic universal sound but with the typical hiphop song index. That is the interludes and organization of songs typical in hiphop. Never before had anyone tampered with that idea.

That´s what makes "the miseducation of lauryn Hill" a classic and Lauryn Hill a legend.


léxico: aniversário da Lauryn Hill, Miseducation of Lauryn Hill, Lenda

Deixo-vos aqui o poema "motives and thoughts" no programa classico, def poetry Jam:



assim como:



e...

a Lauryn com 13, só pra provar, que é preciso nascer com isto: